segunda-feira, 28 de setembro de 2009

uma aldeia perdida pelos recantos da beira baixa,mas sempre gostada

Existe um cheiro,um verde montanhoso,que mora aqui nas minhas lemranças,que me sao caras!Existe um caminho ,longo,fatigante,mas cuja estrada desemboca naquela aldeia,pequenina,ladeada pelos mais maravilhosos tons esverdeados ,e quando chove o odor da terra e das plantas mistura-se com o sabor a queijo de cabra,e pao cozido a lenha .A aldéia que começou por nunca ter tido luz eléctrica, quando esta se "achegou" com letras garrafais de" modernidade"e se instalou como vandala na alma das pessoas ,parte do encanto da minha meninice quebrou!Sem aquela "tola" luz ,os bichinhos nocturnos cantavam com mais garra,o vento assobiava com mais orgulho nas frinchas das portas de madeira e nas janelas!Quase ao mesmo tempo dou-me conta de que já nao se vai á fonte de jarro de plástico ,ou de bilha de barro assente em cima de rodilhas de pano á cabeça,que de maos na cintura faziam desfilar as aldeãs !Coziam-se "picas" de pao para os mais pequenos,e quando em épocas festeiras chegavam os de fora eram abençoados por bolos com aroma de azeite,filhós redondas , com um alto no meio onde a massa era mais fina,e que com uma valente malga de leite com café(até para os mais pequenos),tinha daqueles sabores que nada iguala nunca mais!Naquela aldeia ainda há hoje quem por gosto lave na ribeira,as roupas suadas de maridos trabalhadores,e de mulheres que amanham a terra para as couves da sopa!Quando eu era menina ,a titulo de curiosidade ,nao se limpavam rabiosques ,nem que fossem da cidade com luxos modernos,as pedras escolhidas com sabedoria ou folhas de verduras faziam a higiene de qualquer traseiro com mestria!Pelos caminhos ,alguns deles com muros de pedra,nasciam terriveis silvas que nos deixavam ,mesmo assim ,pegar as suas doces e pretas amoras que nos pintalgavam a boca!Em arcas imensas guardavam-se depois de terem gritado pela sua vida ,os porcos que se foram engordando ,para repasto ,sómente nas festas da aldeia e quando chegavam os imigrantes!Confesso que surrupiei muitas fatias ,nacos até de presunto que me faziam esquecer que os porquitos sao uns animaizinhos rubicundos e simpáticos!Aquela aldeia ainda tem gente,ainda tem imigrantes,e ainda tem a recordaçao dos olhos cheios de riso da minha avó,e o porte sábio do meu avÔ,com os seus eternos cabelos brancos !Continuam ali na aldeia mas agora a morada de ambos é junto com os anjos .Naquela aldeia tudo é especial,sendo somente uma aldeia ,é ao mesmo tempo história de gente sofrida ,de gente feliz,de cheiros de sabores...É"rochas de cima",perdida por entre as serras e achada dentro dos que de alguma forma de lá provéem!

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espreito pelo canto dos olhos a minha alma,ávida de encontrar "coisas"sobre mim que desconheço!

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