domingo, 19 de dezembro de 2010

Sinto nos olhos os destroços do sonho...
Tenho no cerebro a confusão unificada...
Sinto na carne o preço das escolhas da juventude...
Mas ouço o bater de um pequenino coração...que me adoça...
O auto-flagelo psicologico dói ,mas não o evito...
Nunca um projecto não conseguido teve este impacto de "bofetada dada com a mão inteira"...
Tapei sempre os ouvidos e gritei ao mesmo tempo...num acto tresloucado de fuga ao pensamento sem fantasia...
Mas ouço o bater de um pequenino coração ...que me adoça...
E dói-me imaginar que a carne da minha carne possa ser tão ...igual...como se fosse um membro meu que cresceu fora de mim...
Ouço as mesmas palavras ,que proferi há muitos anos atrás...saidas agora deste meu pedaço, que cresceu e se tornou numa "menina sol"...imenso...que desconhece a sua verdade...
Não consigo o exercicio da coerencia...porque tudo se tornou numa emoção que desagua num oceano bizarro...
Mas ouço o bater de um pequenino coração...que me adoça...

Ser mãe nunca será facil...sendo ao mesmo tempo maravilhoso...
Imaginar que alguém nos vai amar de forma incondicional...é surreal e ...irresistivelmente egoista...
Decidi ser mãe porque precisava de amar e ser amada...
A minha filha segue o meu caminho...com passos identicos...com sonhos deixados ao abandono...
Num caminho minado...onde poderão chover estilhaços ...
E a verdade é... que no ventre dela há o bater de um pequenino coração...que me adoça...

sábado, 23 de outubro de 2010

Westlife with Diana Ross - When You Tell Me That You Love Me

Guerra de sexos ,a deslealdade completa,a destruição do Amor!

Cada pequeno pensamento que aqui vou escrevendo é sempre muito sentido ,muito emotivo,muito"á flor da pele"...muito observado,por esta minha estranha maneira de ver o mundo ...!
Observo ,porque foi o que aprendi na solidao da minha infancia...e é "o lugar"onde me sinto confortável!
Gosto de entender as "coisas"se bem que este entender nem sempre me torne uma pessoa própriamente feliz no conceito corriqueiro que a maioria tem desta palavra "felicidade",mas sou-o no sentido de que a minha verdade das "coisas"me ajuda a aceitar as diferenças ...
Por falar em diferenças ainda hoje "de bolandas,em conversas com a minha irmã,nas nossas descobertas do mundo",formatei uma ideia que vem tomando consistencia á medida que vou "olhando com olhos de ver" a dor masculina, que se torna cada vez mais obvia,menos escondida,mais humana!
Parece-me que a solidão masculina começa a verbalizar-se ,embora quase sempre de uma maneira velada ...
Começou a ser dificil ser homem,porque de repente as mulheres perderam um bocado a noção da realidade de cada género,e "atiraram-se ao "universo "das sensações num desequilibrio que anteriormente seria só do dominio masculino,e que achávamos tão revoltante ,tão escandaloso,tão quase"comercial"...
No Tempo, os homens foram praticamente "Deificados" por imposição das regras num desvario de poder e intolerancia quanto á verdade feminina,á beleza de ser mulher ,que passou a ser um defeito ,uma quase "corrupção suja" ...
Não se efectuou uma limpeza étnica ,porque não somos uma étnia,mas "anularam"o nosso valor,destruiram as nossas hipóteses de termos sido seres "iguais"!
O Tempo ,também é "sabedor"e mostra-nos a verdade de tudo...
Hoje os homens são reduzidos quase a pó ,por uma orde de mulheres que decidiram tomar o lugar deles,entendo-as ,e como,mas não consigo concordar com os métodos,porque não são os mais felizes ...e muitas vezes são desadequados á realidade!
Nós, somos Mulheres,seres especiais,mas também o são ,os homens ...
Existe uma igualdade ...fazemos ambos parte do denominado "Homo Sapiens",esquecemo-nos do significado destas duas palavras e comportamo-nos de forma "não pensante"!
É triste ,será também um pouco ridiculo ,a não consciencia da importancia que ambos os nossos papéis têm neste planeta lindo que não respeitamos,tal como não somos capazes de nos respeitar mutuamente!
Vejo agora homens destruidos pelo processo de retaliação feminina...
Vejo homens com o mesmo medo de amar ,que nós mulheres sempre tivemos...fomos muitas vezes vitimas do "utilizar e deitar fora",e muitas foram as mulheres que não tiveram e não têm direito a "reciclagem"e ,desculpem-me o termo,"reutilização",porque ficámos, e ainda nos acontece,manchadas com mácula tremenda...
Amar no sentido carnal foi sempre um papel que coube ao homem ,tendo a mulher obrigação de ser passiva...
Hoje somos activas e baralhámos o "sistema imposto",só não conseguimos Equilibrio ,e como tal, encontro homens destruidos ,solitários,"sem Norte",e sem possibilidade de amar ...sem sequer saber como o hão-de fazer!
Medo ,tornou-se uma palavra constante no seu mundo de sentimentos e emoções,e nunca tal tinha acontecido,pelo menos não neste assombro desequilibrante,depressivo,que os corrói,e os faz sentir tão perdidos...
Faz-me alguma "pena",embora esta palavra não seja correcta nem muito dignificante ,que os homens não tenham hoje ,tal como nós não tivemos no passado ,hipótese de se sentirem queridos ,completos...
Vivemos numa guerra de sexos sem Vitória possivel,porque esta não é a fórmula da felicidade...
Ninguém que se bata,que substime,que utilize,que destrua,que não respeite o outro pode vencer seja o que for ,muito menos encontrar Equilibrio...
Tenho o sentimento de tristeza em relação ás mulheres que têm sido vitimas da brutalidade masculina através dos Tempos,solidariedade ,porque eu também fui vitima de tal ,mas continuo a pensar que nós nos completamos,se encontrarmos a "formula"...
Esta história de tentar igualar comportamentos pela negativa não me parece uma boa via,embora cada mulher tenha o direito a fazer as suas escolhas e a arcar com as respectivas consequencia...
Tenho reparado nos traumas masculinos ,no crescendo grau de neurose,na sua instabilidade emocional...E são tantos os homens que padecem ,quase todos os que tenho observado,na minha forma imparcial,de ver as coisas,que muito irrita especialmente as mulheres,porque condenar é sempre mais facil que tentar entender!
Acredito que por aí há pessoas de ambos os sexos que se entrosam que se respeitam e que se amam,sem jogos de poder ou vingança!
Somos de facto iguais na espécie,diferentes na anatomia,e completamo-nos sem superioridades ou inferioridades...
Somos unos,mas depois de percorrermos o caminho da "limpeza"de passados menos bons,e de nos entregarmos com lealdade!
Lealdade é uma palavra de que gosto...
Companheirismo outra de que gosto ainda mais...
Equilibrio, a palavra que penso ser a "tal"...Dificil,mas que se nos centrarmos na sua procura ,já são pontos ganhos para disfrutarmos da palavra Amor ,com carinho,afecto e todas as maravilhas que são dois seres diferentes,de repente iguais,que se encaixam como duas metades de uma laranja!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Timings e fragilidades...

Se eu abrir a minha caixinha de memorias...algumas delas far-me-ão pensar...no medo!
Não necessáriamente nos meus medos,mas no medo dos outros,que nos podem deixar"desarmados"e com aquela sensação estranha no estomago,de quem é apanhado de surpresa por um soco de punho forte e fechado...
Nós humanos conseguimos ser de uma maldade ,quase involuntária e inocente,mas devastadora para quem é vitima dela...
Todos provavelmente já teremos passado por este tipo de mesquinhez,talvez não tenhamos tido consciencia de que o fizemos ,mas é tão comum na nossa "espécie",que dificilmente não perpretámos semelhantes actos...(fugir quando precisam de nós)!
Quando alguém passa por um periodo menos fácil,mais conturbado,a fuga é sempre uma possibilidade...
E há quem fuja de nós para não se sentir incomodado...ou porque a nossa fragilidade lhe lembra a sua possivel...
Comparo com uma frase que me foi dita á alguns dias atrás por uma colega de trabalho ,a Mariana,uma senhora amorosa ,que me falava enquanto tratávamos alguém idoso e frágil"-Zélia,você já imaginou que esta é a nossa imagem futura?"...
Garanto que dá vontade de fugir,como primeira reacção,porque o medo é uma emoção,e como todas as emoções,não deixa que a razão "fale" primeiro...
Ficamos muito tristes de cada vez que alguém nos foge,porque ficámos doentes,ou porque temos alguns problemas,em quantidades menos fáceis de suportar,e são "duros"para nós de enfrentar,e medonhos para os outros de encarar em nós, a sua possivel imagem...
Há algum tempo perdi um amor ,que na verdade nunca terá sido meu,porque as minhas fragilidades na altura lhe terão "feito" medo...
Não é facil sentir que nos "largam á deriva",quando o que precisamos é de que estejam connosco...
Mas é fácil entender que as emoções em algumas pessoas, comandam as suas vidas,e a "razão"não lhes é assim tão importante...
Todos necessitamos de tempo para que a "razão" se manifeste e nos faça coerentes...no entanto algumas pessoas têm "timings" tão longos, que quem precisa da sua coerencia acaba sózinho...e com as suas fragilidades a gritar por socorro... Este amor foi com o seu barco...abalou com o vento pelo mar fora...as ondas ,a emoção do balanço e dos riscos maritimos,sao das razões mais importantes da sua existencia...mas deixou-me um local para onde pude escrever durante meses mesmo sabendo que não era "lida"...
Guardo a memoria de um homem cheio de medo ... que me ensinou imenso,que me ensinou a entender que ás vezes se foge ,porque não se sabe ficar...
Condenar?...Claro que não...
Aceitar?...Sempre...As emoções e as razões são para todos "timings"diferentes...

domingo, 26 de setembro de 2010

Mágoa...

"Não fomos feitos para viver sózinhos"...
Conheço e ouço esta frase há tanto tempo...
E há tanto tempo que ela me persegue...
Há uma imensidao de horas ,dias... anos...Que esta"frase mágoa" me martela os sentidos...
Minto...como minto ...quando de forma aparentemente despreocupada e banal,digo aos que me questionam sobre a minha vivencia solitária"-nao é importante,estou tao habituada!"!
Não gosto da mentira ,abomino-a,mas esta eu não tenho conseguido evitar...
Dói-me reconhecer a verdade,para mim...e confessá-la aos outros...
É uma mágoa tao minha ,logo eu que nao cultivo mágoas...esta persegue-me...
Quando a vida me "puxa o tapete e me faz tropeçar",um ombro ...saberia tao bem como um copo de água no derserto quente...
Tropeço sózinha há tanto tempo...
Não há ombro...Não há mão pousada no meu rosto para secar as minhas lágrimas...
Há uma voz cá dentro que me acalenta e me diz"-a tua metade ainda não chegou...tem calma...não chores...quando menos esperares o amor vai bater á tua porta...e a tua fronte terá um ombro para encostar...haverá um rosto adormecido deitado na almofada ao lado da tua ,quando acordares durante a noite,para te tranquilizar...haverá uma voz terna que te dirá que tudo está bem...tem calma Zélia"!
Puxaram-me o tapete outra vez...
E só me resta escutar esta voz interna...
Chorar de solidão ,e acreditar na palavra "esperança"...
E esperar pela mão de um homem que me amará...e que me secará as lágrimas ...com ternura...
Há tantos anos que as gotas de água salgada ...me correm livremente pelo rosto...
Sem mão para as amparar...
Sem uma voz que me fale de mansinho...e me sussurre ao ouvido"-estou aqui,tudo está bem,não chores"...
Não fomos feitos para vivermos sós...
Porque a solidão dói...

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

The man who cried soundtrack Yiddish

Tenho a porta de casa aberta,a janela do meu quarto também...
Arejo a casa apesar da hora tardia,na esperança e na certeza de afastar...as minhas remoídas tristezas de quarentona...apesar da musica que ouço ao mesmo tempo que escrevo ser tremendamente melancólica...Sao as minhas dualidades...
Cheguei de um local onde normalmente vou para ver gente ,ouvir musica...e sentir que sou "normal"...
Conversei com um mestre...que me encanta pela sabedoria de tantos assuntos nos quais sou completa e absolutamente leiga...
E falo-lhe sem que ele consiga aprender,para minha tristeza ,que a vida não é só aquilo que ele conhece...
Parece uma conversa de surdos cheia de entrelinhas ,alineas...que ele teima em nao ler ...
Como dizer ao mestre que sou gente...se ele me "vê" como se estivesse numa sala de conferencias em plena oratória,e eu fosse a senhora que nos corredores limpa os vidros enquanto a conferencia decorre...
Como pode saber coisas bonitas a senhora que limpa os vidros!!!
E tantas histórias das verdadeiras ,encerra a sua sabedoria...!!!
Mas sao daquelas que nao se escrevem em livros,sao daquelas que se vivenciam com alegria e com dor...com sorrisos e com lágrimas...
O mestre conhece o mundo...
O mestre conhece a ciencia...
O mestre conhece ...tantas coisas ,que eu também gostaria de saber...mas...
Será que o mestre conhece o quanto me magoa quando me olha,como se eu fosse um pouco mais que nada...?
Tantas coisas que ele tem para aprender com quem limpa os vidros dos corredores de um qualquer centro de conferencias...
Mas nao posso ensiná-lo enquanto ele nao me olhar como gente...
Talvez nao queira nunca aprender...que pena...eu gostava de o poder ensinar e por instantes inverter os papeis...nao na mestria, mas na magia do olhar...
Nao limpo muitos vidros,limpo alguns,mas sobra tempo para aprender e ensinar ao mestre o amor que existe em tratar da velhice ,e das suas maleitas...porque cuidar é o meu oficio...
Sou sim um grao de areia ,neste mundo de pessoas,que se creem algo mais que outro alguém qualquer...
Mestre dos olhos magicos,desça da torre onde se trancafiou...misture-se no mundo...
O mundo está cheio de outros ensinamentos ...que nao vêm em manuais...
Mestre os graos de areia também têm sentimentos ...a elite é uma fantasia...
A elite na velhice é igual a qualquer grao de areia...
Dê-me a sua mao mestre e deixe-me dizer-lhe ...a cor bonita do meu "mundo"...cheia de panos coloridos,que limpam lembranças feias dos vidros e lhes dao transparencia,e luminosidade...
Deixe-me mostrar-lhe como é gratificante sorrir para alguém que já nao se lembra sequer do seu proprio nome ,mas que consegue ser imensamente feliz enquanto lembrar fugazmente ...que viu um sorriso...
Mestre o mundo é uma dualidade...dê-me a mão...deixe que o guie...

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Slovanic Dance in E minor, op. 72 by Dvorak

Queixume

Cansam-me os desamores...
Cansam-me as minhas fantasias...
Cansam-me os pretextos que encontro ...para justificar o desencontro...com o amor...
E tenho amado como se o objecto do meu amor fosse a minha razão de ser gente...
E tenho conseguio inventar sentimentos que ninguém nutre por mim...
E tenho sabido esconder de mim a verdade...porque ela me é tão dolorosa...
Mesmo encantando-me com as minhas próprias "arquitecturas"mirabolantes ...sei que nao sou amada...
Falta-me sal...talvez Pimenta...Talvez até não me falte nada ,só ser entendida...gostada...

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Deixa que te guie,pelo toque dos meus dedos...

Deixa que coloque o teu rosto ...entre as minhas mãos...
Deixa que a pele dos meus dedos...sinta a tua textura...a maciesa...
Deixa que o meu tatear suave percorra...as tuas sobrancelhas...as tuas palpebras...o teu nariz...os teus lábios...
Deixa que toque com a minha boca...a tua fronte...o teu cabelo...a pele do teu ombro...
Deixa que as minhas mãos resvalem com doçura ...para onde os meus sentidos ...as guiarem...
Permite-me que beije...todos os caminhos que as minhas mãos trilharam ...no teu corpo...
Permite-me ,por favor...assim quieto...quedo...que o meu amor te guie...
Deixa que te leve ...para onde as emoções se encontram...para onde o tempo e o lugar não exista...
Para onde te percas...comigo!

domingo, 18 de julho de 2010

Compressas de ervas medicinais com lágrimas que saram!

Sinto que me escondo do chôro,intenso ,sentido!
Sei que cá dentro se balançam em trepadeiras,notas escritas em papel memória ,pregadas com cola de suposto esquecimento!
No corpo aparecem-me as dores que mais não são que psicossomatismos de caminhos que trilhei ...empurrada pela minha rebelde maneira de ser!
Cresce-me na garganta uma vontade doida ,de berrar gritos estropiados plenos de revolta,que urgem saír para me adocicar,tranquilizar!
Mas eu sou branda...calma...pacifica!
Meço quase todas as palavras que pronuncio...para não magoar,porque conheço a dor que as letritas articuladas em sibilado ,e olhos de quem bate com uma tábua no corpo da gente...podem provocar!
Continuo a estender a minha mão...para acariciar um qualquer rosto sofrido!
Dar é sempre a melhor forma de colmatar ...o que se não tem...!
O nó na garganta ameniza quando fazemos sorrir os outros!
Mas não há heróis ...e eu não quero sequer o papel de heroina...sou simples e conmplexa demais para me prestar a tais desvarios de pretenciosismo!
Quero conseguir chorar de forma terapeutica...tenho feridas que precisam do unguento salgado das minhas lágrimas!
Quero chorar para aliviar,o cancro da minha mãe,a morte do meu pai,a maleita da minha perna,o amor de um "lobo do mar",que não sei se ainda sente por mim...o tanto que o meu amor sente por ele!
As lágrimas saram...como compressas mágicas de ervas medicinais,feitas por uma tribo de gente feliz!

terça-feira, 1 de junho de 2010

Quem ama um marinheiro ,ama...desta forma!

Sinto-me naquele nevoeiro,
que abraça a tua fragata...

Sinto-me no vento ,
que me sussurra no teu ouvido...

Sinto-me nas ondas brandas,
que embalam o teu sono...

Sinto-te na alma,
porque me habitas com intensidade...

Sinto enormemente a tua ausencia,
enquanto navegas por mares longinquos...

Trago o sabor dos teus beijos,
sempre presentes...na minha boca...na minha pele...

A distância,
nada muda...

O tempo que passa,
nada apaga...

Volta breve...

Porque te amo...

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Ennio Morriconne...Para a Débora

A minha "pintaínha"mais velha,começa uma nova etapa na vida dela!
Que o bom senso e a coerencia esteja sempre presente !
Acabar um grande amor aos vinte e quatro anos ...é duro!
A Débora,é uma mulher GRANDE...vai ultrapassar,e vai encontrar um novo amor,a seu tempo!
Para ela o tema de Ennio Morriconne,com o mesmo nome que ela,e muito bonito!

Ennio Morricone "Deborah's Theme", live in Warsaw

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Lágrimas de sal,e de sentimentos saídas da alma...chorais vós assim homens ,tal como nós?

Esta minha pequena janela,por onde me espreito,tem geralmente um ritual para que se abra,para que eu possa olhar lá para dentro,exorcisar-me das duvidas,dos fantasmas,das mágoas,das tormentas...!!!
Deixo escorregar os meus dedos pelas teclas , como se ganhassem vida própria...
Coloco uma música de que gosto especialmente!!! Melancólica como a minha essência, a sonoridade de "the man who cried",inunda-me com um torpor quase hipnótico!
Não consigo evitar que as lágrimas me lavem o rosto,e por momentos levanto as pontas dos dedos das teclas e preencho a minha face com ambas as palmas das mãos ,como se escondesse de mim o choro,ou como se a sensação de tristeza ás vezes fosse tão grande que tenho que a amarrar dentro de mim,para que não estravaze e se mostre com toda a amargura ,como se ela se pudesse reflectir nas paredes ...no écrã..."de partout"...
Depois, com a respiração no lugar ,com o sabor a sal nos lábios ,nas faces,nos olhos humidos,volto á dança das mãos sobre estes pequenos quadrados negros de letras brancas ,e vou arrancando murmurios doridos de dentro da alma,e colocando as palavras numa ordem por vezes dificil ,tentando dar-lhes o sentido que cá dentro tenho!
Esta música que ouço á medida que vou exorcisando,lembrou-me a propósito do titulo...-Se os homens choram com as mesmas lágrimas que as mulheres ,quando e porquê...o fazem?
Lembro-me de ter feito chorar o meu pai,e fi-lo tinha dezasseis anos ,aventando-lhe uma frase terrivel que eu tinha ouvido,e que a fiz ecoar no meu cérebro como se fosse uma verdade absoluta e inquestionável...Ela ,a frase tinha sido fruto de um mal entendido terrivel,daqueles que se não forem esclarecidos marcam para sempre induzindo eternamente em erro e minando...minando...corroendo!!!
Naquele dia eu senti-me a mais cruel criatura...fiz chorar o meu pai,um choro sentido,martirizado,ensopado em anos de tristeza,que saltavam agora,enquanto eu estarrecia,porque os pais não choravam,e eu devia ser horrivel para ter conseguido aquela maldade medonha...
Lembro-me da aflição que senti,da culpa...e tudo por causa de um mal entendido,afinal o meu pai era um ser humano ,com lágrimas...semelhantes áquelas que me correm agora rosto abaixo...a recordação será sempre forte e dorida!
Mas... e os outros homens ,choram?Sentem a mesma dor de alma que nós?Choram com lágrimas de água salgada e a profusão enorme de sentimentos com que nós o fazemo?
Eu espero que sintam tão intensamente a saudade ,como intensamente sentem a nossa pele quando nos enlaçam e nos cerram contra o seu peito...
Eu espero que chorem as mesmas lágrimas ...porque só assim entenderão o nosso amor!
Chora também as mesmas lágrimas de saudade...que eu aqui derramo de saudades de ti...enquanto o mar e o dever te retêm...!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Não aprendi Palavras de Amor...Mas encontrei cá dentro da Alma ,as minhas!

O Silêncio...
Aquele Silêncio da infância...
As Palvras que não ouvi dizer...
As Palavras de Esperança verdadeira...Que não me foram Faladas...
As Palavras de Amor que eu deveria ter escutado por detrás da porta ...Próprio das crianças traquinas que espreitam os pais,e aprendem...A Dizê-las quando Adultas...
Ouvi...Tantos Silêncios...Magoados,cheios,plenos,repletos de mal-entendidos...!!!
Ficou-me a Fome das Palavras...
Das Palavras bonitas ...das Palavras quentes...Das Palavras com Alma...
Arranco todos os dias com lágrimas ...A recordação...As recordações...Daqueles Vazios de som...Daquelas conversas não tidas...Daquelas conversas por mim não escutadas...
Eu não aprendi...E no entanto é sem esforço...É com o coração pleno de sentimentos...É com as emoções mais intensas...
Que me Brotam ...Que Pronuncio as minhas palavras de Afecto...De Amor...De Paixão...
Ás vezes talvez as aches "Demasiadas"...Mas nascem-me cá dentro,cheias de Felicidade...
Ás vezes podes até pensar que não será normal Amar assim...Desta maneira tão intensa...Sem falsos Pruridos...Quando meio mundo engole Palavras que gostaria de dizer,mas não têm coragem para ...
Eu Falo-te o que sinto...Como alguém que se viu privado de mantimentos durante muito ,muito tempo...E devora Esfomeado um pedaço de pão...
Eu Tenho Fome das palvras que não aprendi...Mas que do meu jeito,de uma forma menos convencional, sou capaz de dizê-las a ti...
Sinto que mesmo que te assuste um pouco ,me entendes...Afinal,já nos encontrámos noutros séculos...Noutras vidas...Desde sempre...!
E mesmo quando estamos longe um do outro...Eu ouço no meu peito o teu rir que adoro,e me dá força...E eu murmuro ao vento que te entregue ao ouvido ,todas as noites o meu"Amo-te",antes de dormires...!

sábado, 17 de abril de 2010

Fica a dor da Saudade...Sempre que o Mar te chama...

A Saudade é uma mistura de sentimentos...
Uma grande soma de emoções...
Saudade é um turbilhão avassalador... numa forma única e intensa,que nos esmaga o peito ...
Arranca-nos da Terra,faz-nos voar num rodopio semi-louco,num torpor de agonia de quem não consegue suportar a distancia,seja ela qual for...
Esta palavra encerra tantos medos,e ao mesmo tempo tantas esperanças...e dói,de dor amarga, como se nos tivessem arrancado algo cá de dentro ..que precisamos para continuar vivos...
Saudade...é o que sinto...quando não te sinto por perto...
Saudade que navega contigo através desses oceanos que não conheço...e a quem peço sempre ...que te tragam de volta...
A saudade de ti existe ...porque tu existes em mim...em cada poro da pele...em cada musculo meu,em cada gota do meu sangue...

domingo, 4 de abril de 2010

Veredicto:Carcinoma...

Num quarto de hospital de paredes beige,com uma janela de estore corrido até meio ,por onde entra uma luz sonolenta de tarde de Primavera...
Três camas...três senhoras tão diferentes...e tão iguais na doença!
Três senhoras "mutiladas"...três seios "rabiscados " a bisturi...com marcas que restarão eternamente...nos olhos de quem as tem, as palpa no seu corpo agora diferente,de quem as olha no espelho...!
Três cabeças cheias de medo, tristeza, e muita esperança,num projecto de cura anunciada...!
Visitas para três...todas de olhar pouco á vontade ,mas com muito amor por quem ali está de seio mutilado...
Elas são a verdade escarrapachada de que Cancro não escolhe raça,idade,crença...nada!Cancro passeia-se por entre nós com vontade de brincar ao "agora posso estar...agora já não estou"...!
Chamo-lhe por escolha "a maldita"...se separar-mos em dois a palavra faz-me sentido porque não se diz Cancro de uma forma que consiga ser "bem-dita"...quem a anuncia,nunca o faz feliz ,quem a ouve sente-se á beira do abismo...
Voltando ao inicio ,e áquele quarto de hospital...quando o silencio se instala,quando as visitas se calam e recarregam baterias para conseguir suportar a dor de ver a dor na mente destas mulheres...ouvem-se os passinhos ligeiros dos enfermeiros ,que ministram poções mágicas...
Ouvem-se passinhos das auxiliares que desinfectam toda a sorte de aparelhos de ajuda ás mais básicas necessidades humanas...e este silencio que se instala,cai como um lençol negro,cheio de interrogaçoes inscritas,algumas delas ilegiveis de tão negras como o lençol...mas vem de novo mais um riso ,mais um periodo de conversas que dispersam soprando, o negro que aparecera...e volta de novo a esperança,e sente-se o calor da vontade de saír vivo na batalha contra esta "maldita"...
Nunca mais nada será igual...nem estas três senhoras ,nem nós visitas...
Arrancaram-nos a imortalidade á força...tornaram-nos mais humanos,mais verdadeiros,mais frágeis e ao mesmo tempo mais fortes...
Felizes daqueles que não vêm a "maldita"no corpo dos seus...felizes aqueles que a "maldita" não escolhe para brincar...
Qual será o peso do temor,do desgosto,do sentimento de fé na cura...que cada uma destas três senhoras carregam na alma?...Não se pesa ..não se mede...e ninguém que não o sofra conseguirá alguma vez entender...
Olhar nos olhos destas mulheres sempre que o "presente se lhes fugia",e ficavam de pupilas ausentes...centradas num local imaginário ,onde seios, cicatrizes bisturis ,e futuro em forma de interrogação,se reuniam...vislumbrava uma imensa solidão,grande ,tão grande ...que pensar nela sem chorar é uma ginástica de nervos dificil...
Que tenha sido exorcisada a "maldita"...
Que ela nunca mais vos chame ou se aproxime de vós...!!!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

ao amor que me dedicas ,e ao amor que te tenho,obrigada!

Perguntei-me muitas vezes,e durante muitos anos,porque são inseguras as pessoas...como se fosse uma "maleita" alheia e que não se coadunasse comigo...

Quando fiz quarenta anos ,decidi fazer um balanço,falar de mim para mim...sobre todas as coisas possíveis...mostrou-se uma decisão tortuosa ,dificil,um caminho de auto-conhecimento,que nem sempre é fácil de percorrer,mas antes a minha verdade ...que fingir viver cega,nao vivendo...como tantas vezes fiz!
Eu sei que sou cheia de paradoxos ,ou antagonismos,mas sou assim e é isso que faz de mim uma mulher humilde,que se procura ,para poder fazer os outros também felizes!
Acordei para esta realidade da minha insegurança, quando o homem a quem devoto muito amor,me disse qualquer coisa como-"Não sejas tão insegura..."!
Eu nunca me tinha visto como se fosse de fora para dentro desta maneira,e nunca tinha percebido nem as causas desta caracteristica minha,nem o que poderia provocar nas outras pessoas...
Tudo tem um início,e esta minha faceta da qual não gosto particularmente teve o seu florescer durante a minha infancia!
Quando somos pequeninos,sentimos as emoçoes de uma forma forte,e aquilo de que mais necessitamos é de protecçao dos pais ,e de que eles nos assegurem que nos amam...
Os meus pais amaram-me,mas fizeram-no ambos de forma doentia...a minha mãe superprotegendo-me de uma maneira hermética e cruel,não me partilhando com outras pessoas,inclusivé com o meu pai...
Nos anos sessenta do século passado,os homens mais comuns ,com pouca instruçao,pouco treino nos afectos,cuja religiao e os bons costumes de ditadura , não permitiam nem questões nem devaneios...nada questionavam,nem a dureza da vida deixava tornar-se possivel pensar muito!O meu pai terá sido um deles,amando-me em silencio,sem que eu percebesse,porque parecia que eu era só filha de um progenitor,neste caso da minha mãe!Tenho poucas lembranças da figura paterna na infancia,mas algumas sei-o hoje eram agradáveis,mas silenciosas...não recordo a voz do meu pai naquela altura...!
Penso que terá sofrido com o nosso forçado afastamento,apesar de habitarmos ambos na mesma casa até eu ser bem adulta ,ter saído de casa e voltado,e a minha mãe tinha seguido os seus sonhos,tinha ido procurar a sua felicidade!
Mas tinham-se quebrado fazia demasiado tempo, os elos, os afectos falados,os afectos correctos ,para que eu não me tivesse sentido ABANDONADA PELO MEU PAI!
Quando se é menina o afecto paterno é de extrema importancia no nosso crescimento como mulheres saudáveis, seguras...quando assim não acontece,as meninas ,porque são pequenas e estão em fase de aprendizado guardam na memória a seguinte idéia"se o meu pai não me quis amar(porque supostamente os progenitores amam os filhos,embora isto nem sempre corresponda á verdade),nenhum homem me amará"!
Se este pensamento não for mais tarde examinado ,"tratado",sujeito a intenso trabalho de descodificaçao,então as mulheres serão inseguras... se-lo-ão até conseguirem entender que o que apreenderam na infancia não faz sentido que continue no estado adulto,muito menos depois de começarem a questionar a fazer balanços,a perceber que nem todos os homens são o pai!...parece talvez estranho mas não é ,e o mesmo acontece com os rapazes em relação ás mães!
Sendo assim ,e depois de ter descoberto a "causa",a cura está dentro de mim,e eu exercito esta cura,embora nem sempre seja fácil,e entende-se,eu sou só um ser humano em busca de ser feliz,destrinçando passados ,exorcisando medos e receios,e com coragem para te falar deles...meu amor!
Obrigada por me teres feito pensar,obrigada pelos sentimentos bonitos que nutres por mim,obrigada por me entenderes ,e por teres esperado por mim ou eu por ti desde outros séculos ,outras vidas em que certamente já nos amávamos...!!!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

o mundo nos olhos profundos da menina silencio

Tenho que confessar que esta página em branco me assusta,e me provoca uma imensa ansiedade!Lembro-me dos meus tempos da Escola Secundária,e do friozinho adrenalinico no estomago,de cada vez que a profesora/o,nos "ordenava"uma composiçao!Sentia entao um bulício a crescer cá dentro,mas sem idéia alguma sobre o que iria escrever,e lutava para que o desespero nao levasse a melhor ,porque afinal escrever era exatamente o que mais me aprazia fazer,sobretudo se apelasse á minha fértil imaginaçao,que ainda hoje se emaranha como uma trepadeira no meu craneo,numa mistura de finissimos troncos quase microscópicos,que se enleiam no cérebro,e acompanham o meu sangue pelo caminho das veias!
Eu nunca poderia ser de outra forma,com outro formato de pensamento,seria pouco real,pouco meu!
Cresci no silencio das palavras,com o som das panelas das torneiras,da meia de vidro a encerar o chao de madeira.Cresci com o som do burburinho dos miúdos na rua que podiam brincar,mas nunca lhes conheci as frases,nem as gargalhadas,porque só me era permitido mirá-los com infinito cuidado da varanda daquele terceiro andar ,encarrapitada em cima de uma caixa de fósforos que só mais tarde percebi que nao me servia de nada ,ela ficava esborachada com o peso do meu corpito de menina,de cabelos grandes trabalhados em duas grossas tranças,que emolduravam um par de olhos profundos ,de quem já tinha capacidade para imaginar que a realidade poderia ser diferente!
Na infancia ,por muito castrado que se seja,ninguém consegue nunca lavar da nossa mente a imagem do mundo nem a nossa imaginaçao, que nos ajuda a viver!Quando timhamos a capacidade de tornar um despertador em milhentos objectos com os quais se podia brincar, também podiamos mais tarde tecer composiçoes de encantar!E aquela nota dada pelo professor/a no cimo da folha, fazia-nos crescer um palmo !Do quase nada, do silencio,da sensaçao de vazio,o ser humano é capaz de criar,imaginar,viver e amar !
Agora depois de muito "crescida"já tenho maior vergonha de despir as minhas idéias e escreve-las,já estou condicionada pelos rótulos ,pelos estereotipos,pelos arquétipos ,e por um valente punhado de razoes que pouco ou nenhum sentido fazem,mas que me impedem de escrever com a velocidade do pensamento ,como fazia na Secundária!Porque o meu pensamento é atrozmente veloz,e escrevendo isto pareço pouco humilde ,o que nao corresponde sequer á realidade,mas as palavras sao lidas ,quando lidas,e absorvidas tendo em conta sempre quem as vai ler,com que espirito,com que abertura de alma,ou leveza de crítica,ou aborrecimento...
Os professores eram isentos ,imparciais,por isso me sentia tao livre quando escrevia.E se naquela altura eu levava metade da aula a lutar e outra a escrever,agora levo tempos imensos para quase nada dizer!Mas a menina das tranças continua a beliscar-me e a dizer ...-"Vá atira-te ,sem medo e escreve mesmo que só faça sentido para ti.........ou talvez nao...eu conheço quem te entende...!"

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

memory...sarah brightman

Conheci há muito tempo,tempo que tenho dificuldade em contabilizar,"a menina "."Menina" nao por ter pouca idade ,mas por ter uma enorme inocencia.Embalava uma criança pequenina no colo!Por inocencia estava cativa,retida contra a sua vontade, acuada de medo,das sabedorias e dos terrores,das gentes e do lugar para onde fora levada!Ninguém se apercebeu ,que" a menina "defendia supostamente, vidas de pessoas que amava tanto!Quando se é inocente ,acredita-se que os "maus",sao piores que o próprio mal!"A menina "aprendera a nao chorar lágrimas,quanto muito engolia grunhidos nascidos da sua garganta e que nao se deveriam deixar escutar.Cantava...sim,cantava desalmadamente cançoes lindas,á pequenina que dormia no seu colo,quando os maus nao estavam por perto!Num pátio sórdido,de cazinhas pequeninas,onde viviam histórias de gentes tristes,por detrás de um cemitério grande.Os mortos deixaram de fazer medo "á menina".Aterrorrizavam-na os vivos,a faca da cozinha,e a ameaça,"mato o teu pai...roubo-te a nossa filha"!!
Esta história estranha,pouco tem de bonita,e também nao consegue ser feia ,e eu talvez nao a saiba contar...Mas aconteceu durante um mes onde o sol da esperança se escondeu,e a vida da "menina"era escura como breu.
Mas cantar enquanto se embala um filho,faz germinar amor,força ,coragem.Uma das cançoes com que embalava a pequena criança,falava de memórias,de solidao,do luar,do sorriso de outros tempos,da beleza que emanara sempre dela..."da menina"!
Um dia ganhou asas ...pegou na pequena criança,que amava daquela forma sublime,e fugiu com a força da cançao!Fugiu dos maus ,piores que o mal,da faca afiada que lhe brandiam enquanto a ameaçavam,fugiu do pátio sórdido,das gentes tristes,da casa sem luz!Cresceu "a menina",a dor tornou-a forte,o medo fe-la mulher coragem,e voou dali e até da memória daqueles tempos!Como alguém disse um dia "o que nao nos mata ,torna-nos mais fortes"!

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espreito pelo canto dos olhos a minha alma,ávida de encontrar "coisas"sobre mim que desconheço!

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