quarta-feira, 28 de abril de 2010

Não aprendi Palavras de Amor...Mas encontrei cá dentro da Alma ,as minhas!

O Silêncio...
Aquele Silêncio da infância...
As Palvras que não ouvi dizer...
As Palavras de Esperança verdadeira...Que não me foram Faladas...
As Palavras de Amor que eu deveria ter escutado por detrás da porta ...Próprio das crianças traquinas que espreitam os pais,e aprendem...A Dizê-las quando Adultas...
Ouvi...Tantos Silêncios...Magoados,cheios,plenos,repletos de mal-entendidos...!!!
Ficou-me a Fome das Palavras...
Das Palavras bonitas ...das Palavras quentes...Das Palavras com Alma...
Arranco todos os dias com lágrimas ...A recordação...As recordações...Daqueles Vazios de som...Daquelas conversas não tidas...Daquelas conversas por mim não escutadas...
Eu não aprendi...E no entanto é sem esforço...É com o coração pleno de sentimentos...É com as emoções mais intensas...
Que me Brotam ...Que Pronuncio as minhas palavras de Afecto...De Amor...De Paixão...
Ás vezes talvez as aches "Demasiadas"...Mas nascem-me cá dentro,cheias de Felicidade...
Ás vezes podes até pensar que não será normal Amar assim...Desta maneira tão intensa...Sem falsos Pruridos...Quando meio mundo engole Palavras que gostaria de dizer,mas não têm coragem para ...
Eu Falo-te o que sinto...Como alguém que se viu privado de mantimentos durante muito ,muito tempo...E devora Esfomeado um pedaço de pão...
Eu Tenho Fome das palvras que não aprendi...Mas que do meu jeito,de uma forma menos convencional, sou capaz de dizê-las a ti...
Sinto que mesmo que te assuste um pouco ,me entendes...Afinal,já nos encontrámos noutros séculos...Noutras vidas...Desde sempre...!
E mesmo quando estamos longe um do outro...Eu ouço no meu peito o teu rir que adoro,e me dá força...E eu murmuro ao vento que te entregue ao ouvido ,todas as noites o meu"Amo-te",antes de dormires...!

sábado, 17 de abril de 2010

Fica a dor da Saudade...Sempre que o Mar te chama...

A Saudade é uma mistura de sentimentos...
Uma grande soma de emoções...
Saudade é um turbilhão avassalador... numa forma única e intensa,que nos esmaga o peito ...
Arranca-nos da Terra,faz-nos voar num rodopio semi-louco,num torpor de agonia de quem não consegue suportar a distancia,seja ela qual for...
Esta palavra encerra tantos medos,e ao mesmo tempo tantas esperanças...e dói,de dor amarga, como se nos tivessem arrancado algo cá de dentro ..que precisamos para continuar vivos...
Saudade...é o que sinto...quando não te sinto por perto...
Saudade que navega contigo através desses oceanos que não conheço...e a quem peço sempre ...que te tragam de volta...
A saudade de ti existe ...porque tu existes em mim...em cada poro da pele...em cada musculo meu,em cada gota do meu sangue...

domingo, 4 de abril de 2010

Veredicto:Carcinoma...

Num quarto de hospital de paredes beige,com uma janela de estore corrido até meio ,por onde entra uma luz sonolenta de tarde de Primavera...
Três camas...três senhoras tão diferentes...e tão iguais na doença!
Três senhoras "mutiladas"...três seios "rabiscados " a bisturi...com marcas que restarão eternamente...nos olhos de quem as tem, as palpa no seu corpo agora diferente,de quem as olha no espelho...!
Três cabeças cheias de medo, tristeza, e muita esperança,num projecto de cura anunciada...!
Visitas para três...todas de olhar pouco á vontade ,mas com muito amor por quem ali está de seio mutilado...
Elas são a verdade escarrapachada de que Cancro não escolhe raça,idade,crença...nada!Cancro passeia-se por entre nós com vontade de brincar ao "agora posso estar...agora já não estou"...!
Chamo-lhe por escolha "a maldita"...se separar-mos em dois a palavra faz-me sentido porque não se diz Cancro de uma forma que consiga ser "bem-dita"...quem a anuncia,nunca o faz feliz ,quem a ouve sente-se á beira do abismo...
Voltando ao inicio ,e áquele quarto de hospital...quando o silencio se instala,quando as visitas se calam e recarregam baterias para conseguir suportar a dor de ver a dor na mente destas mulheres...ouvem-se os passinhos ligeiros dos enfermeiros ,que ministram poções mágicas...
Ouvem-se passinhos das auxiliares que desinfectam toda a sorte de aparelhos de ajuda ás mais básicas necessidades humanas...e este silencio que se instala,cai como um lençol negro,cheio de interrogaçoes inscritas,algumas delas ilegiveis de tão negras como o lençol...mas vem de novo mais um riso ,mais um periodo de conversas que dispersam soprando, o negro que aparecera...e volta de novo a esperança,e sente-se o calor da vontade de saír vivo na batalha contra esta "maldita"...
Nunca mais nada será igual...nem estas três senhoras ,nem nós visitas...
Arrancaram-nos a imortalidade á força...tornaram-nos mais humanos,mais verdadeiros,mais frágeis e ao mesmo tempo mais fortes...
Felizes daqueles que não vêm a "maldita"no corpo dos seus...felizes aqueles que a "maldita" não escolhe para brincar...
Qual será o peso do temor,do desgosto,do sentimento de fé na cura...que cada uma destas três senhoras carregam na alma?...Não se pesa ..não se mede...e ninguém que não o sofra conseguirá alguma vez entender...
Olhar nos olhos destas mulheres sempre que o "presente se lhes fugia",e ficavam de pupilas ausentes...centradas num local imaginário ,onde seios, cicatrizes bisturis ,e futuro em forma de interrogação,se reuniam...vislumbrava uma imensa solidão,grande ,tão grande ...que pensar nela sem chorar é uma ginástica de nervos dificil...
Que tenha sido exorcisada a "maldita"...
Que ela nunca mais vos chame ou se aproxime de vós...!!!

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espreito pelo canto dos olhos a minha alma,ávida de encontrar "coisas"sobre mim que desconheço!

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