sábado, 17 de fevereiro de 2024


Esta é a casa onde regresso, 

sempre que o mar é revolto e perigoso.

Quando a lua se oculta, quando o sol se nega a brilhar, 

é aqui, entre estas paredes, que consigo respirar.


Secam as fontes, apagam-se as fogueiras,

nada reluz, tudo é negro, nada mais que o som do breu, 

 é triste o odor, a memória também,

porém, há uma força ténue que resiste.

 


Lá fora, no caminho de pedras soltas, 

tropeço nas palavras, tombo, soluço, rezo.







 

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

E...aguardo que o tempo mude,
que as pessoas cedam de si aos outros...só um pedacinho!
E...acredito numa melancolia dormente que o que escuto
não passam de enganos interpretativos meus...
E...que afinal há um ingrediente secreto e terno em cada pessoa,
só porque acho que mereço,
que de quando em vez me ofertem afagos e abraços...
E...sonho com os sorrisos raros, 
com a cordialidade sem cobrança...
E...acredito que não sou só lamechas e chorona,
que me emociono com a chuva,
que o sol que bate nos telhados
me goteja lágrimas de felicidade...
E...acho que sou mais junco que árvore,
embora me encantem as copas dos plátanos...
E...sou infinitamente mais frágil do que gostaria
Infinitamente mais frágil...
Porque me doem as palavras...
Porque me doem as indiferenças...
Porque me doi tudo aquilo que não digo...

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Há um suspiro profundo que me acompanha ...
 assim como um amigo imaginário que sopra oxigénio nos meus pulmões e leva a angustia para longe!
Gosto da calma urgente que se instala então...
Vivo entre um mundo que não se vê e um estado terreno, absoluto de bulício alucinante...
Escapo-me por entre os pingos de chuva e esbarro-me de pensamentos nas beiradas dos telhados,
 suspensa,
 absorta,
 desatenta,
 e a amizade imaginária entre os pulmões e a alma,
 acorda-me entre o suspiro e o grito...
Há uma simplicidade intensa, inebriante, nas minhas pequenas coisas,
 na cor das árvores, na forma fugidía das lagartichas, nas conversas anónimas de banco de jardim, a frescura da água na garganta quando me invade a sede, a  voz de quem me quer bem, 
 no entanto aparento-me ausente,
 desatenta,
 suspensa,
 absorta...
 entre o suspiro de angustia e a calma do grito...
 mas olho nos olhos de todas as coisas...
 conheço de cor o nome de todas as cores...



sábado, 17 de novembro de 2012

Balouço de árvore...

Quando  levados a teste os meus limites e com o avançar dos anos, soam-me cada vez melhor as palavras "zona confortavel"!
Quando a carga emotiva e o stress se combinam sinto amiúde que é necessário "fugir de mim" ainda  que por curtos instantes...
Há a necessidade de abrandar a respiração, de "vazar" o olhar e fixar a mente numa espécie de doce limbo que em "amornando" me dá um colo sinistro e ao mesmo tempo salutar...
É um lugar que posso chamar de "só meu", a que mais ninguém acede e onde a capacidade de resistencia se reforça a golos generosos de realidade pura.
Há aqueles que necessitam de uma palavra especial e eu não fujo á regra, mas nada me consola melhor a alma que este "balouço de árvore" numa floresta de pensamentos, onde me sento  fechando os olhos, sentindo a luz de uma réstia de sol perdida por entre o meu universo e o dos outros.
Gosto deste momento egoista, é nele que energizo, que me puno, que me repenso, que me refaço, que me reforço, que reinvenvento quando me parece que o mundo desaba...
Em cada pessoa há decerto um lugar assim!
Paraíso/inferno, o que quer que seja, ou talvez só um local de encontro com o "eu" que tantas vezes se perde no meio das multidões...

sábado, 20 de outubro de 2012

Fragilidades

Fragilidades são "locais"da alma onde dói tocar.
Cada pessoa tem a sua lista negra, como que um hematoma permanente, entre o arroxeado e o verde escuro, que lembra , ou não permite que se esqueça, que se é particularmente delicado, poroso, em suma...frágil.
Gosto de imaginar que somos uma espécie de "preciosidade", entre o cristal quebrável e a água que teima em se esgotar das fontes . Não nos damos grande importancia e de facto só temos a que nos é devida, mas é um universo questionável este o do "valor", que fica talvez situado entre o muito e o pouco, sendo que poderá ainda estar entre o pequeno e o enorme...
Somos definitivamente ténues e ás vezes conseguimos a proeza de nos caber alguma pequenez de idéias que deteriora o nosso "estado de coisas"...no entanto arrasamos muros,  demolimos convenções que nos oprimem e apresentamo-nos de um tamanho gigantesco na vontade de mudar, de ser-se cada vez melhor...
Dias há em que a aragem nos verga, outros em que o vendaval nos fortifica e eu gosto desta inconstancia, gosto da nossa maleabilidade, afinal a fragilidade permite uma sensibilidade maior, uma noção mais real de tudo, da relatividade das grandes questões e da certeza das pequenas e preciosas.
Fragilidades são politicamente incorrectas mas legitimas e reais.
Gosto de conjugar  junto com o verbo "ser" a palavra frágil...humaniza-me e desmistifica os outros, melhor dizendo... relativiza nunca criando fosso mas unificando!
Somos frágeis e isso não é de todo grave mas absolutamente maravilhoso!

domingo, 12 de agosto de 2012

Quem não "vive" não entende...
e quem não tropeça...não pode saber o que significa"levantar do chão"...
Dou comigo a pensar que de uma forma quase imparcial entendo,
os sorrisos, 
cada trejeito de rosto, 
cada olhar distante, 
cada dentada em pedaço de pão,
o sabor da tristeza,
o calor de uma gargalhada em dia de chuva sem sol!
Não me formei em assunto algum, mas conheço as emoções.
Sei de cor as memórias de quem não esquece o medo...e entendo-o...
Conheço a brisa das palavras carregadas de significados mudos ...e entendo-os...
Não tenho passado pela vida com leviandade pelo ser humano que existe nos outros,
pelo seu mundo maior ou menor...e entendo-o...
Afinal ninguém é tão imensamente diferente...
Ás vezes parece-me que já vivi várias vidas, não no sentido reencarnador de almas,
mas sim no sentir dos outros que não me é estranho...
Quem vive observando o mundo pode ...entende-lo,
nas suas calçadas de pedra pisoteadas por cegos de bengala em punho que gritam desesperos,
nas soleiras das portas onde se desfiam histórias,
nos bancos de jardim onde se perdoam na velhice aqueles que deixaram de amar,
nos lares onde a solidão se exorcisa em momentos de esquecimento ataráxico...
Porque eu já fui cego e desespero...
Porque escutei os contos de quem já se alongava na história...
Porque não sendo velha, os meus olhos atraiçoam a minha idade e pesa-me nas rugas o abandono alheio...
e fecho o meu rosto para que o medo não entre...olhando o vazio...
Talvez haja quem nasça para ver, escutar e sentir o mundo desta forma dolorosa e ao mesmo tempo gratificante,
afinal entender os outros é perceber-me,
é aceitar-me...é saber que apesar de imperfeita, imperfeita e nunca perfeita,
amo a dádiva que é ...entender os outros...



sábado, 28 de julho de 2012

Não sei porque me constrangem elogios, parece que em mim só existe o hábito de palavras menos caras de valor, como se as tivessem colocado  tal e qual  um "anuncio" de dentifrico...
Rejubilo e logo me coíbo de sorrir, afinal as palavras boas são também "um lugar escuso"...
Mea culpa...posso sempre ditá-las em voz alta ao vento para que ele as carregue de retorno, que me abrace com elas ... 
Ás vezes há em mim uma saudade tenebrosa, contorcida, quase arbórea, de raízes imensas e medonhas, de palavras que me adocem o ego...
Não sei porque me constrangem emoções se afinal é delas que me alimento numa sofreguidão silenciosa...
Não sei porque gosto tanto de palavras adoçadas a mel com aroma de gengibre e pensamento "frondososamente"colorido, morno e terno...
Abomino a minha timidez amando-a no entanto...é ela que me confere a melancolia do sentir... é ela que me dá coragem...é ela que me faz contudo... sorrir!

sábado, 14 de julho de 2012

  Não sou entendida em nada...
Assemelho-me a um cerzido em tecido frágil no entanto a linha forte e robusta...
A carvão desenhado, há uma forma de gente que costura a vida em pedaços agarrados a medo...
E cada pedaço é-me precioso.
  Não sou entendida em nada,
excepto em emoções que ninguém entende...e remendo-as á minha roupa,
 ao meu tecido rasgado,
 ao meu cerzido a sangue...
Gosto das minhas lágrimas quando elas se me permitem,
lavam de mim a fuligem dos pensamentos tristes e,
sento-me na penumbra da copa das árvores  costurando folhas verdes de esperança...
  Não sou entendida em nada, 
mas agarro cada gota de chuva com amor e braços inteiros...

sábado, 7 de julho de 2012


Apetece-me sempre escrever sobre tudo e sobre quase todos sem claro, ferir ninguém porque não são essas as emoções que me movem.
Não é fácil ter um jorro contínuo de letras agrupadas em palavras que me bailam no cérebro, na alma...sem lhes dar sentido.
Não sou do género que passa impávida ao que me rodeia, ao que escuto, ao que vejo, ao que interpreto e principalmente ao que sinto nos outros.
Armazeno as minhas "imagens"não sei bem como, porque o seus "espiritos livres"me assomam como que de uma porta entreaberta e me acenam sorrindo...mesmo as "imagens" tristonhas que trazem lágrimas nos olhos... ainda assim sorriem.
Sinto um prazer enorme quando "vivifico" os meus pensamentos, num libertar de nó na garganta, numa gargalhada sonora, ou num cepticismo quase mudo, numa duvida constante sobre quase tudo... e num gostar de mim egoista que poucos entendem.
No entanto, calam-se-me muitas vezes as mãos porque falar através das palavras é também um exercicio que embora terapeutico pode ser devastador...
Alimento com doçura alguns dos meus temores como se se trassem de "tesourinhos" pois libertá-los é ficar mais sózinha.
 Acredito que quem escreve seja o que for, desde que vindo de dentro de si com emoção, sofre...como quem pinta um quadro "afeiçoado" e depois o vende...fica-se mais pobre e há nisto tudo um egoísmo terno.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Eric Clapton - Wonderful tonight

Tempos e emoções

Cada minuto,
é um só minuto...
Porque cada segundo de tempo se vive á medida que passam,
um após o outro,
naquela cadência que não faz cedências,
numa teimosia intemporal,
sem pressas,
indolente,
vencendo a barreira das vontades...
Há verdades imutáveis,
e a verdade de amar é imortal,
o que nos nasce em sentimento não perece,
é incontornável...contém em si todos os segundos do mundo,
todos os minutos da sua verdade ...
A verdade ,
minha,
absoluta...é de que te vou amar cada "tempo" que o" tempo"do amor  me quiser dar...
E porque a tua tranquilidade e paz me tiraram o medo,
 seja o que for,
um dia só, ou um universo inteiro de tique- taque ,
as minhas emoções são as mais nobres ,
o afecto mais puro,
a amizade mais cumplice,
a ternura mais quente,
o carinho mais forte,
o companheirismo mais leal,
e o calor dos momentos mais escondidos ,
indizivelmente bom,
numa troca de pele que arde em  chamas ,
em labaredas que não apetece controlar...
Não importa adivinhar o tempo,
que passe como tiver que passar,
e se um dia ,num minuto ,num segundo do espaço,
a labareda acabar...resta-nos ainda um mundo bom de sentimentos eternos,
que compoem a fidelidade do elo...
O maior de todos os sentimentos ,
o elo primeiro...
A amizade...

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Medo e querer

Nenhuma rima me faz sentido,nenhuma frase me enche a alma  ,nenhuma canção é suficientemente bonita pra te cantar ...
Tudo me parece incerto,e  tudo é tão possivel...
Vejo-te em cada rua,em cada estrada ,em cada caminho meu...
Sinto-me qual miuda que espreita por entre a cortina da janela,com suspiros no peito...
Aquele metro de espaço que nos manteve quedos ,que nos manteve intactos ,de afectos e afagos,
nas horas lunares,deixou-me na boca o gosto a pouco,
e na vontade ,o querer mais...
E corriam em mim pensamentos que raiavam o insano,e na pele o frio do medo, do toque rejeitado...
Não me reconheço mais ,a idade tirou-me o impulso,
deixou-me a coerencia...mas cá dentro há aquela mesma inocencia ,num sonhar descombalido,
de um querer-te desinibido,sem regras ou tabu...
No meu medo só existem os teus possiveis "nãos"que não tenho vontade de escutar ,
e apeteceu-me arrancá-los um a um,
enquanto te via os gestos,o sorriso bonito,a pele dourada...
Como me senti danada,por ter tanto receio,e tão feliz por me conter ...
Afinal querer muito não é sinónimo de querermos ambos,
e por sermos parte do mesmo filme,de em nós haver uma flor selvagem,
nada me é certo e sabido...
Tenho-te na vontade dos meus segredos,
fiquei-me contigo inteiro nos  sentidos...

terça-feira, 29 de março de 2011

quinta-feira, 17 de março de 2011

Os sentimentos vão para lá da idade...são eternos!

Como é que uma das questões essenciais e vitais do ser humano ,continua cheia de tabus e regras desmesuradas,que complicam a vida de todos !
Que técnicas estranhas conseguimos inventar para nos fazermos tão infelizes e aos outros!
Percebi há muito tempo que os Pais são supostamente assexuados,pelo menos em alguns continentes deste planeta,e se juntaram sabe-se lá com que técnica para nos trazerem a este mundo!!
"Mães e pais não têm pipis funcionais",este é o pensamento cinzento ,que nos incutiram sobretudo através da castração que alguma religião fez ao universo!
A situação piora á medida que os filhos se tornam adolescentes,porque quando se dão conta da quantidade de coisas "proibidas e prazenteiras"que podem praticar,entendem que lá por casa também os papás têm libido...e é muito confuso e constrangedor,até porque ainda não se fala muito deste assunto!
As reuniões escolares são um dos locais onde melhor se entende que toda a tecnologia avançada,avança lares adentro...mas de "pipis"não se fala!Esta tecnologia vem calar ainda mais o diálogo sobre questões de intimidade que por mero acaso já era de uma escassez como água no deserto!
Tive e tenho a sorte de ter uma mãe muito pouco vulgar...sempre me abriu as portas á conversa sobre esta matéria!Verdade seja dita que não avançou muita tecnologia moderna casa adentro...ainda bem,não havia ainda, e se existisse ...não tínhamos dinheiro para tal!
Mas mesmo assim ainda consegui a proeza de me espantar e desconjuntar psicologicamente num arrufo tolo com o meu pai quando percebi que apesar de alguma idade ,vivendo na altura em minha casa ,tendo já sido ele vitima de dois AVC,e sendo uma situação degenerativa,o meu pai gostava de ver revistas com soutiens...!
Parva que fui ,ele só estava a ser gente ...e feliz!
Caso para dizer de mim própria "até tu tolinha!!"!
Depois de ter sido alvo de paixão há alguns anos atrás por parte de um senhor de muita idade,e tendo esclarecido o mesmo de que gostava do senhor como se fosse meu avô (num laivo de pretensa sabedoria minha)afastando-me do mesmo porque não soube lidar com a aflição que me provocava ver alguém tão "velhinho"deixar-me flores todos os dias no portão da casa onde eu trabalhava!Falando depois com um cientista da "Mente",fiquei esclarecida de que ,o que envelhece no ser humano é o corpo,e que por dentro amadurecemos,mas somos sempre umas almas prontas para se apaixonar,amar,sofrer de rejeição,solidão ,incompreensão e imensa paixão!
Quando penso sobre este assunto á luz de alguma consciência e informação,percebo as atrocidades que os filhos adultos cometem com os Pais ,privando-os até de pensar em amor!
Iludem-se aqueles que não aceitam que fazem filhos com a mesma paixão que os pais os fizeram a eles ...
Iludem-se aqueles que pensam poder comandar a vida sentimental dos mais velhos ,só porque são mais novos e pensam que decidem o principio e o fim do carácter dos progenitores...
Iludem-se aqueles que fecham os olhos á verdade...
E a verdade (penso eu ,claro)é que enquanto houver um resquício de raciocínio no ser humano ,há sentimentos...e o amor ...e o sexo ...fazem parte desde o principio até ao final da sua existencia!
Deixem amar os pais...
Deixem amar todos aqueles que já avançaram na idade ,mas que por dentro continuam inteiros,vivos,a florescer sentimentos todos os dias enquanto respirarem...
Pretensão estranha esta de que só os novos "são"qualquer coisa de digno,e que os mais velhos são umas "coisas" de trazer por casa!
A minha mãe tem sessenta e oito anos ,e amiúde lhe peço que se apaixone,que deixe o amor avançar na vida dela...
O meu pai infelizmente já não está neste "mundo"terreno,mas sei que depois da querela das mamocas e do soutien ainda se apaixonou muito,se calhar muitas das vezes só confessou aos seus botões,mas decerto que em muitos momentos lhe deu força para mais um pedaço de vida!
Este País não é para velhos já diz o titulo do filme,que nem sequer é Português ,mas que cabe tão bem ao nosso País,em tantos sentidos...
Como eu há muitas outras pessoas ,que pensam da mesma forma...
Os nossos pais tem "pipis",cérebro...e coração para amar!

quarta-feira, 9 de março de 2011

Fichas Electricas ,"as Tomadas evoluiram"...

(Porque isto é para ser lido com bom humor por quem tiver vontade de perder tempo...aviso desde já que substituí os "Pipis"masculinos e femeninos por artigos electricos )
O sindrome das "Fichas Eléctricas e das Tomadas"...após tantos seculos e milénios ...continua por explicar!
Á noite naquela estrada escura,onde os carros passam apressados no retorno a casa,fico á espera do Autocarro sentada,e dou asas ás minhas reflexões...
Ás vezes gostava que fosse possivel fotografar os meus pensamentos e guardá-los,para depois os esmiuçar,e "desintrincá-los"...(falta de humildade)!
Dei por mim a recordar a frase de um amigo há uns dias-"Tu complicas as coisas..."...
No inicio do mundo nós"Tomadas"eramos tomadas de assalto,pois se queriamos ou não deixar-nos possuir pelas "Fichas Electricas"era irrelevante,porque alguém se lembrou de que não serviamos para mais nada senão "dar á luz","propagar a espécie",ou simplesmente ser submetidas pela força das ideias estrambolicas da época,porque era muito masculino tal coisa!
Hoje as "Fichas Electricas" pensam que as "Tomadas"servem exatamente para as mesmas coisas ,mas com uma abordagem mais elaborada,mas nem por isso mais inteligente!
Eu sou uma "Tomada",que não tem muito o hábito de confraternizar com as "Fichas Electricas"só porque tenho orificio que pode ser preenchido...
Depois coloca-se uma questão importante também,nós deixámos de dar á luz de cada vez que nos entrelaçamos electricamente ,mas não deixámos de ter corrente ...e de perceber que nos "iluminamos"em ondas magneticas de prazer!
Nunca sou de fazer juízos das "Tomadas "alheias nem das "Fichas Electricas"porque felizmente cada um pode fazer uso a seu belo prazer...e é por aí que a coisa "complica"...
Eu não tenho que "fornecer corrente" só porque é colorido tal tipo de "dating",porque ...há quem consiga "iluminar-se"com alguma facilidade...mas eu tenho que ter primeiro intimidade...emoções ,sentimentos...
Não me apetece "saír da parede "e ir como louca confraternizar com todas as "Fichas "com que me cruzo...
Não sou antiquada,muito pelo contrario até bem modernaça daí achar que finalmente podemos "iluminar-nos" com quem escolhemos sem sermos tomadas pela força...
Podemos ser selectivas e fazê-lo com paixão...
Eu acho que não complico nada...as "Fichas Eléctricas " é que ainda não perceberam a questão...
Como diz a minha irmã"isso é muito á frente"...
Se por este andar me vou tornar numa "Tomada" aborrecida,surumbatica,e quezilenta,até pode ser que sim,mas de momento ainda continuo a acreditar que eu "Tomada"evoluí,percebi como funciono,e como gosto de cuidar das minhas "iluminações"não deixando a cargo de qualquer "Ficha" anterior ao Homo Sapiens !
Isto é complicar?!
Como gosto de "escutar" as mentes masculinas...
Como continuam a temer a sua performance...
Deixem de duvidar das vossas capacidades e raciocinem sem estigmas do passado...
Com Amor a "iluminação é mutua"!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Pinto a musica nas gotas de chuva,
com tonalidades da paleta da minha alma...
Pinto as minhas duvidas de verde,
porque o cinza é tão dejà-vu ...
Pinto as regras que desobedeço,
com cores garridas,
porque as regras tolas...finjo que não lhes conheço a cor..
O amor?
Sentimento ingrato,
não me deixa pintá-lo,
e tenho tantas cores para lhe dar...
mas ele foge,
tem medo,
assusta-se com a verdade que lhe falo...
E então visto-me de tela,
pincelando a óleo as sombras mágicas da tristeza,
as nesgas de luz da minha esperança,
e o colorido bom do meus sonhos ,
que guardo dentro de frasquinhos,
e destapo de vez em quando,
para fazer brilhar os meus olhos...
que choram e riem com gotas de chuva
e um doce sabor a notas de musica!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

O verbo "ser-coragem"...e o labirinto...

Gosto da soleira da porta,
onde me sento,de mãos dobradas a segurar o queixo,
como menina que vê a diversidade de um imenso mundo...
Gosto de olhar os olhos de quem passa,
há sempre um quê de ausente,
em quem afugenta fantasmas...
Gosto de gostar de gente,
que sorri porque faz sol,
que chora porque a beleza em tudo emociona...
Gosto do pelo dos gatos,
das lambidelas fiéis dos cães,
das formigas que carregam ordeiramente o pão...
Gosto de comer com as mãos,
de delicadamente juntar pedacinhos de alimentos alinhados na pontas dos dedos,
e mastigar ,sentir nas papilas o amargo, o doce...com todos os meus sentidos...
Gosto de olhar para o telefone e imaginar,
que um dia do outro lado vai sair de rajada um "chorrilho" maior que "o mundo",
de palavras doces ,
quentes,
meigas,
sem vergonha de me saber sentada como menina, na soleira da porta...
Gosto de imaginar que aquilo que sou, será suficiente,
que não precisarei de ser outra "coisa" qualquer,
porque o que trago cá dentro é uma historia,
que não pode ser mudada...
Gosto de me sentir verdadeira,
sem pudor das minhas ideias que caminham sempre um passo á frente de mim,
porque a minha vontade é partilhar,
sem que me achem demasiado qualquer coisa...a não ser ...doce...
Gosto de pensar que as saudades de mim poderão invadir,
o verbo "ser-coragem",
que se atreva a amar...este labirinto...
E que o espaço de tempo dessa saudade seja ...o de um beijo... antes de outro...
De um abraço antes do outro seguinte...

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Ninho de sentimentos doces ...na alma!

Perco-me no sonho,
neste doce emaranhado,
neste cálido atropelo,
não sei mais de mim...
Deveria talvez dizer-me não,
mas a minha garganta anseia por...um sim...
E macero os meus dias no suco,
da incertaza pura,
na certeza pura porém,
de que os meus sentimentos não comando...
Nada me obedece,
já perdi a solidez...
E ululo ,
e vergo,
ao sabor deste vento,
que me arde o pensamento,
que me atinge num arremesso...
que de tanto fugir e esconder,,
sem dar conta,
se instala de mansinho ,
fazendo devarinho ninho...na alma...
Pensei ter encarcerado as emoções...
Falsa fantasia minha...
Elas volteiam em meu redor,
fazendo eco de paixão dentro de mim...

sábado, 29 de janeiro de 2011

Escreve-me cartas de amor

Escreve-me "cartas de amor",
com as palavras mais ternas que conheças...
Porque a minha alma está despida delas!
Oferece-me uma rosa de petalas macias,
de caule sem espinhos...
Porque ás vezes sinto que nas minhas mãos já não há espaço para mais feridas!
Fala-me do tempo,
das chuvas,
do morno do sol no teu rosto...
Porque me apetece escutar-te ...a voz!
Senta-te comigo a olhar o mar,
assim...quedos na areia branca...
Porque me canso de fitar a linha do horizonte...sózinha!
Mostra-me as tuas mãos,
deixa-me desenhar-te uma sina...
Porque quero incluir-me ...nela!
Não me olhes nos olhos ,
a não ser que queiras "afogar-te" neles...
Porque preciso de imaginar que me vês...como se fosse a unica!
Abraça-me da maneira mais terna que consigas,
sem receio ,
apertado...
Porque me urge o teu toque ...o teu afecto!
Faz-me esquecer as regras,
corrompe-me o corpo,
tira-me o sono e substitui-o por ti...
Porque quero embriagar-me do teu cheiro...da tua pele...e fundir-me nela!
Mas escreve-me todos os dias cartas de amor,
porque as palavras ditas leva-as o vento...
Mas as palavras gravadas ,desenhadas,cunhadas de amor ...o tempo não apaga!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Não me lembro...

Não,
não me lembro da textura do amor,
nem da cor ,
nem do seu sabor!
Sinto,
porquê não sei,
que talvez não fosse amargo,
que talvez o beijo fosse aveludado,
e a cor...??
Não,
não me lembro!
Mas não entendo a minha falta de memória,
afinal, o amor já fez parte da minha história,
Talvez de uma maneira tão intensa ,
tão imensa,
que para não chorar,
decidi não o recordar...
E ele espreita-me ...
Esgueira-se por portas imaginárias que fecho temerosa,
Tenta chegar-se de mansinho,
devagarinho,
mas logo o afugento,
com palavras tontas,
ditas á velocidade do pensamento...
E tanto o temo ,
como o imploro...
Tanto me rio dele,
como o choro...
E sento-me ás vezes ,
encostada á janela,
a olhar atravéz dela,
na esperança de o ver chegar...
Mas...
e se o não reconheço?
Ou se vai embora assustado?
É que eu não sei a quantidade de amor correcta...
E se eu amar demasiado?
E se for loucura ?
Será pecado?
E torço as mãos enrodilhando os dedos,
falando de mim para mim ,segredos...
Digo-me que já não me lembro do sabor,
da cor,
da textura do amor...
Mas ainda lhe sinto o toque,
dos seus olhos na minha pele!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Há "tempos"em que ,
nada daquilo que me pergunto ,
me respondo
E sei que não me secaram as ideias ,nem as respostas, nem as palavras...
mas calo-me...
E sei que também sou um emaranhado de frases bonitas ,
que não pronuncio
E sei que os sentimentos me afloram a pele,
mas escondo-os
Assim como quem guarda um tesouro,
de menina
Porque a insegurança é o meu registo...
Porque me perco no dever de ser enorme,
quando me sinto tão perdida e tão pequenina...
Ás vezes tenho medo de secar,de ficar amarga...
mas as meninas pequeninas são doces
E quando a coragem finge que vai embora,
escondo a menina,e faço-me ás palavras como gente grande,
adoçadas pelo de mel,que guardo dentro do peito...

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Cidade de ruelas ...

Se eu fosse uma cidade seria quase de certo uma cidade árabe cheia de ruelas ,onde se perderiam os transeuntes ,tal como me perco eu propria nas minhas imagens ,nas minhas procuras de soluções ,poções mágicas para curar os meus sentimentos as minhas frustrações ...e de onde por vezes surgem as minhas luzes...quase "insights"!
Porque mesmo nas ruelas mais escuras há sempre algures uma luz,nos olhos de alguém que passa...!
Eu Quixote e os moinhos de vento!
Eu que entendo que nada controlo!
Luto contra o medo...comendo afectos em forma de chocolate!
Sorrio comigo mesma ,porque até me vou entendendo...quase consigo atravessar a cidade sem ter que consultar o mapa...Mas os afectos ,o medo que me causa a fome que deles tenho...deles ,dos mimos de que quase já não me lembro!
Mas compro "açucar" e sento-me numa esplanada a ver pessoas de mão dada!
Gosto de ser cidade de ruelas(pretenção a minha!),onde a chuva cai e enlameia os pés...
Onde o sol bate no cimo das paredes quase nos terraços...
Onde cada canto tem historia...
Onde em cada esquina esvoaçam tecidos coloridos...
Onde desfio pensamentos e ideias,desejos e vontades,angustias e verdades...
E esperanças caladinhas ,quietinhas,pequeninas...
Porque são tão minhas...

domingo, 19 de dezembro de 2010

Sinto nos olhos os destroços do sonho...
Tenho no cerebro a confusão unificada...
Sinto na carne o preço das escolhas da juventude...
Mas ouço o bater de um pequenino coração...que me adoça...
O auto-flagelo psicologico dói ,mas não o evito...
Nunca um projecto não conseguido teve este impacto de "bofetada dada com a mão inteira"...
Tapei sempre os ouvidos e gritei ao mesmo tempo...num acto tresloucado de fuga ao pensamento sem fantasia...
Mas ouço o bater de um pequenino coração ...que me adoça...
E dói-me imaginar que a carne da minha carne possa ser tão ...igual...como se fosse um membro meu que cresceu fora de mim...
Ouço as mesmas palavras ,que proferi há muitos anos atrás...saidas agora deste meu pedaço, que cresceu e se tornou numa "menina sol"...imenso...que desconhece a sua verdade...
Não consigo o exercicio da coerencia...porque tudo se tornou numa emoção que desagua num oceano bizarro...
Mas ouço o bater de um pequenino coração...que me adoça...

Ser mãe nunca será facil...sendo ao mesmo tempo maravilhoso...
Imaginar que alguém nos vai amar de forma incondicional...é surreal e ...irresistivelmente egoista...
Decidi ser mãe porque precisava de amar e ser amada...
A minha filha segue o meu caminho...com passos identicos...com sonhos deixados ao abandono...
Num caminho minado...onde poderão chover estilhaços ...
E a verdade é... que no ventre dela há o bater de um pequenino coração...que me adoça...

sábado, 23 de outubro de 2010

Westlife with Diana Ross - When You Tell Me That You Love Me

Guerra de sexos ,a deslealdade completa,a destruição do Amor!

Cada pequeno pensamento que aqui vou escrevendo é sempre muito sentido ,muito emotivo,muito"á flor da pele"...muito observado,por esta minha estranha maneira de ver o mundo ...!
Observo ,porque foi o que aprendi na solidao da minha infancia...e é "o lugar"onde me sinto confortável!
Gosto de entender as "coisas"se bem que este entender nem sempre me torne uma pessoa própriamente feliz no conceito corriqueiro que a maioria tem desta palavra "felicidade",mas sou-o no sentido de que a minha verdade das "coisas"me ajuda a aceitar as diferenças ...
Por falar em diferenças ainda hoje "de bolandas,em conversas com a minha irmã,nas nossas descobertas do mundo",formatei uma ideia que vem tomando consistencia á medida que vou "olhando com olhos de ver" a dor masculina, que se torna cada vez mais obvia,menos escondida,mais humana!
Parece-me que a solidão masculina começa a verbalizar-se ,embora quase sempre de uma maneira velada ...
Começou a ser dificil ser homem,porque de repente as mulheres perderam um bocado a noção da realidade de cada género,e "atiraram-se ao "universo "das sensações num desequilibrio que anteriormente seria só do dominio masculino,e que achávamos tão revoltante ,tão escandaloso,tão quase"comercial"...
No Tempo, os homens foram praticamente "Deificados" por imposição das regras num desvario de poder e intolerancia quanto á verdade feminina,á beleza de ser mulher ,que passou a ser um defeito ,uma quase "corrupção suja" ...
Não se efectuou uma limpeza étnica ,porque não somos uma étnia,mas "anularam"o nosso valor,destruiram as nossas hipóteses de termos sido seres "iguais"!
O Tempo ,também é "sabedor"e mostra-nos a verdade de tudo...
Hoje os homens são reduzidos quase a pó ,por uma orde de mulheres que decidiram tomar o lugar deles,entendo-as ,e como,mas não consigo concordar com os métodos,porque não são os mais felizes ...e muitas vezes são desadequados á realidade!
Nós, somos Mulheres,seres especiais,mas também o são ,os homens ...
Existe uma igualdade ...fazemos ambos parte do denominado "Homo Sapiens",esquecemo-nos do significado destas duas palavras e comportamo-nos de forma "não pensante"!
É triste ,será também um pouco ridiculo ,a não consciencia da importancia que ambos os nossos papéis têm neste planeta lindo que não respeitamos,tal como não somos capazes de nos respeitar mutuamente!
Vejo agora homens destruidos pelo processo de retaliação feminina...
Vejo homens com o mesmo medo de amar ,que nós mulheres sempre tivemos...fomos muitas vezes vitimas do "utilizar e deitar fora",e muitas foram as mulheres que não tiveram e não têm direito a "reciclagem"e ,desculpem-me o termo,"reutilização",porque ficámos, e ainda nos acontece,manchadas com mácula tremenda...
Amar no sentido carnal foi sempre um papel que coube ao homem ,tendo a mulher obrigação de ser passiva...
Hoje somos activas e baralhámos o "sistema imposto",só não conseguimos Equilibrio ,e como tal, encontro homens destruidos ,solitários,"sem Norte",e sem possibilidade de amar ...sem sequer saber como o hão-de fazer!
Medo ,tornou-se uma palavra constante no seu mundo de sentimentos e emoções,e nunca tal tinha acontecido,pelo menos não neste assombro desequilibrante,depressivo,que os corrói,e os faz sentir tão perdidos...
Faz-me alguma "pena",embora esta palavra não seja correcta nem muito dignificante ,que os homens não tenham hoje ,tal como nós não tivemos no passado ,hipótese de se sentirem queridos ,completos...
Vivemos numa guerra de sexos sem Vitória possivel,porque esta não é a fórmula da felicidade...
Ninguém que se bata,que substime,que utilize,que destrua,que não respeite o outro pode vencer seja o que for ,muito menos encontrar Equilibrio...
Tenho o sentimento de tristeza em relação ás mulheres que têm sido vitimas da brutalidade masculina através dos Tempos,solidariedade ,porque eu também fui vitima de tal ,mas continuo a pensar que nós nos completamos,se encontrarmos a "formula"...
Esta história de tentar igualar comportamentos pela negativa não me parece uma boa via,embora cada mulher tenha o direito a fazer as suas escolhas e a arcar com as respectivas consequencia...
Tenho reparado nos traumas masculinos ,no crescendo grau de neurose,na sua instabilidade emocional...E são tantos os homens que padecem ,quase todos os que tenho observado,na minha forma imparcial,de ver as coisas,que muito irrita especialmente as mulheres,porque condenar é sempre mais facil que tentar entender!
Acredito que por aí há pessoas de ambos os sexos que se entrosam que se respeitam e que se amam,sem jogos de poder ou vingança!
Somos de facto iguais na espécie,diferentes na anatomia,e completamo-nos sem superioridades ou inferioridades...
Somos unos,mas depois de percorrermos o caminho da "limpeza"de passados menos bons,e de nos entregarmos com lealdade!
Lealdade é uma palavra de que gosto...
Companheirismo outra de que gosto ainda mais...
Equilibrio, a palavra que penso ser a "tal"...Dificil,mas que se nos centrarmos na sua procura ,já são pontos ganhos para disfrutarmos da palavra Amor ,com carinho,afecto e todas as maravilhas que são dois seres diferentes,de repente iguais,que se encaixam como duas metades de uma laranja!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Timings e fragilidades...

Se eu abrir a minha caixinha de memorias...algumas delas far-me-ão pensar...no medo!
Não necessáriamente nos meus medos,mas no medo dos outros,que nos podem deixar"desarmados"e com aquela sensação estranha no estomago,de quem é apanhado de surpresa por um soco de punho forte e fechado...
Nós humanos conseguimos ser de uma maldade ,quase involuntária e inocente,mas devastadora para quem é vitima dela...
Todos provavelmente já teremos passado por este tipo de mesquinhez,talvez não tenhamos tido consciencia de que o fizemos ,mas é tão comum na nossa "espécie",que dificilmente não perpretámos semelhantes actos...(fugir quando precisam de nós)!
Quando alguém passa por um periodo menos fácil,mais conturbado,a fuga é sempre uma possibilidade...
E há quem fuja de nós para não se sentir incomodado...ou porque a nossa fragilidade lhe lembra a sua possivel...
Comparo com uma frase que me foi dita á alguns dias atrás por uma colega de trabalho ,a Mariana,uma senhora amorosa ,que me falava enquanto tratávamos alguém idoso e frágil"-Zélia,você já imaginou que esta é a nossa imagem futura?"...
Garanto que dá vontade de fugir,como primeira reacção,porque o medo é uma emoção,e como todas as emoções,não deixa que a razão "fale" primeiro...
Ficamos muito tristes de cada vez que alguém nos foge,porque ficámos doentes,ou porque temos alguns problemas,em quantidades menos fáceis de suportar,e são "duros"para nós de enfrentar,e medonhos para os outros de encarar em nós, a sua possivel imagem...
Há algum tempo perdi um amor ,que na verdade nunca terá sido meu,porque as minhas fragilidades na altura lhe terão "feito" medo...
Não é facil sentir que nos "largam á deriva",quando o que precisamos é de que estejam connosco...
Mas é fácil entender que as emoções em algumas pessoas, comandam as suas vidas,e a "razão"não lhes é assim tão importante...
Todos necessitamos de tempo para que a "razão" se manifeste e nos faça coerentes...no entanto algumas pessoas têm "timings" tão longos, que quem precisa da sua coerencia acaba sózinho...e com as suas fragilidades a gritar por socorro... Este amor foi com o seu barco...abalou com o vento pelo mar fora...as ondas ,a emoção do balanço e dos riscos maritimos,sao das razões mais importantes da sua existencia...mas deixou-me um local para onde pude escrever durante meses mesmo sabendo que não era "lida"...
Guardo a memoria de um homem cheio de medo ... que me ensinou imenso,que me ensinou a entender que ás vezes se foge ,porque não se sabe ficar...
Condenar?...Claro que não...
Aceitar?...Sempre...As emoções e as razões são para todos "timings"diferentes...

domingo, 26 de setembro de 2010

Mágoa...

"Não fomos feitos para viver sózinhos"...
Conheço e ouço esta frase há tanto tempo...
E há tanto tempo que ela me persegue...
Há uma imensidao de horas ,dias... anos...Que esta"frase mágoa" me martela os sentidos...
Minto...como minto ...quando de forma aparentemente despreocupada e banal,digo aos que me questionam sobre a minha vivencia solitária"-nao é importante,estou tao habituada!"!
Não gosto da mentira ,abomino-a,mas esta eu não tenho conseguido evitar...
Dói-me reconhecer a verdade,para mim...e confessá-la aos outros...
É uma mágoa tao minha ,logo eu que nao cultivo mágoas...esta persegue-me...
Quando a vida me "puxa o tapete e me faz tropeçar",um ombro ...saberia tao bem como um copo de água no derserto quente...
Tropeço sózinha há tanto tempo...
Não há ombro...Não há mão pousada no meu rosto para secar as minhas lágrimas...
Há uma voz cá dentro que me acalenta e me diz"-a tua metade ainda não chegou...tem calma...não chores...quando menos esperares o amor vai bater á tua porta...e a tua fronte terá um ombro para encostar...haverá um rosto adormecido deitado na almofada ao lado da tua ,quando acordares durante a noite,para te tranquilizar...haverá uma voz terna que te dirá que tudo está bem...tem calma Zélia"!
Puxaram-me o tapete outra vez...
E só me resta escutar esta voz interna...
Chorar de solidão ,e acreditar na palavra "esperança"...
E esperar pela mão de um homem que me amará...e que me secará as lágrimas ...com ternura...
Há tantos anos que as gotas de água salgada ...me correm livremente pelo rosto...
Sem mão para as amparar...
Sem uma voz que me fale de mansinho...e me sussurre ao ouvido"-estou aqui,tudo está bem,não chores"...
Não fomos feitos para vivermos sós...
Porque a solidão dói...

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

The man who cried soundtrack Yiddish

Tenho a porta de casa aberta,a janela do meu quarto também...
Arejo a casa apesar da hora tardia,na esperança e na certeza de afastar...as minhas remoídas tristezas de quarentona...apesar da musica que ouço ao mesmo tempo que escrevo ser tremendamente melancólica...Sao as minhas dualidades...
Cheguei de um local onde normalmente vou para ver gente ,ouvir musica...e sentir que sou "normal"...
Conversei com um mestre...que me encanta pela sabedoria de tantos assuntos nos quais sou completa e absolutamente leiga...
E falo-lhe sem que ele consiga aprender,para minha tristeza ,que a vida não é só aquilo que ele conhece...
Parece uma conversa de surdos cheia de entrelinhas ,alineas...que ele teima em nao ler ...
Como dizer ao mestre que sou gente...se ele me "vê" como se estivesse numa sala de conferencias em plena oratória,e eu fosse a senhora que nos corredores limpa os vidros enquanto a conferencia decorre...
Como pode saber coisas bonitas a senhora que limpa os vidros!!!
E tantas histórias das verdadeiras ,encerra a sua sabedoria...!!!
Mas sao daquelas que nao se escrevem em livros,sao daquelas que se vivenciam com alegria e com dor...com sorrisos e com lágrimas...
O mestre conhece o mundo...
O mestre conhece a ciencia...
O mestre conhece ...tantas coisas ,que eu também gostaria de saber...mas...
Será que o mestre conhece o quanto me magoa quando me olha,como se eu fosse um pouco mais que nada...?
Tantas coisas que ele tem para aprender com quem limpa os vidros dos corredores de um qualquer centro de conferencias...
Mas nao posso ensiná-lo enquanto ele nao me olhar como gente...
Talvez nao queira nunca aprender...que pena...eu gostava de o poder ensinar e por instantes inverter os papeis...nao na mestria, mas na magia do olhar...
Nao limpo muitos vidros,limpo alguns,mas sobra tempo para aprender e ensinar ao mestre o amor que existe em tratar da velhice ,e das suas maleitas...porque cuidar é o meu oficio...
Sou sim um grao de areia ,neste mundo de pessoas,que se creem algo mais que outro alguém qualquer...
Mestre dos olhos magicos,desça da torre onde se trancafiou...misture-se no mundo...
O mundo está cheio de outros ensinamentos ...que nao vêm em manuais...
Mestre os graos de areia também têm sentimentos ...a elite é uma fantasia...
A elite na velhice é igual a qualquer grao de areia...
Dê-me a sua mao mestre e deixe-me dizer-lhe ...a cor bonita do meu "mundo"...cheia de panos coloridos,que limpam lembranças feias dos vidros e lhes dao transparencia,e luminosidade...
Deixe-me mostrar-lhe como é gratificante sorrir para alguém que já nao se lembra sequer do seu proprio nome ,mas que consegue ser imensamente feliz enquanto lembrar fugazmente ...que viu um sorriso...
Mestre o mundo é uma dualidade...dê-me a mão...deixe que o guie...

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Slovanic Dance in E minor, op. 72 by Dvorak

Queixume

Cansam-me os desamores...
Cansam-me as minhas fantasias...
Cansam-me os pretextos que encontro ...para justificar o desencontro...com o amor...
E tenho amado como se o objecto do meu amor fosse a minha razão de ser gente...
E tenho conseguio inventar sentimentos que ninguém nutre por mim...
E tenho sabido esconder de mim a verdade...porque ela me é tão dolorosa...
Mesmo encantando-me com as minhas próprias "arquitecturas"mirabolantes ...sei que nao sou amada...
Falta-me sal...talvez Pimenta...Talvez até não me falte nada ,só ser entendida...gostada...

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Deixa que te guie,pelo toque dos meus dedos...

Deixa que coloque o teu rosto ...entre as minhas mãos...
Deixa que a pele dos meus dedos...sinta a tua textura...a maciesa...
Deixa que o meu tatear suave percorra...as tuas sobrancelhas...as tuas palpebras...o teu nariz...os teus lábios...
Deixa que toque com a minha boca...a tua fronte...o teu cabelo...a pele do teu ombro...
Deixa que as minhas mãos resvalem com doçura ...para onde os meus sentidos ...as guiarem...
Permite-me que beije...todos os caminhos que as minhas mãos trilharam ...no teu corpo...
Permite-me ,por favor...assim quieto...quedo...que o meu amor te guie...
Deixa que te leve ...para onde as emoções se encontram...para onde o tempo e o lugar não exista...
Para onde te percas...comigo!

domingo, 18 de julho de 2010

Compressas de ervas medicinais com lágrimas que saram!

Sinto que me escondo do chôro,intenso ,sentido!
Sei que cá dentro se balançam em trepadeiras,notas escritas em papel memória ,pregadas com cola de suposto esquecimento!
No corpo aparecem-me as dores que mais não são que psicossomatismos de caminhos que trilhei ...empurrada pela minha rebelde maneira de ser!
Cresce-me na garganta uma vontade doida ,de berrar gritos estropiados plenos de revolta,que urgem saír para me adocicar,tranquilizar!
Mas eu sou branda...calma...pacifica!
Meço quase todas as palavras que pronuncio...para não magoar,porque conheço a dor que as letritas articuladas em sibilado ,e olhos de quem bate com uma tábua no corpo da gente...podem provocar!
Continuo a estender a minha mão...para acariciar um qualquer rosto sofrido!
Dar é sempre a melhor forma de colmatar ...o que se não tem...!
O nó na garganta ameniza quando fazemos sorrir os outros!
Mas não há heróis ...e eu não quero sequer o papel de heroina...sou simples e conmplexa demais para me prestar a tais desvarios de pretenciosismo!
Quero conseguir chorar de forma terapeutica...tenho feridas que precisam do unguento salgado das minhas lágrimas!
Quero chorar para aliviar,o cancro da minha mãe,a morte do meu pai,a maleita da minha perna,o amor de um "lobo do mar",que não sei se ainda sente por mim...o tanto que o meu amor sente por ele!
As lágrimas saram...como compressas mágicas de ervas medicinais,feitas por uma tribo de gente feliz!

terça-feira, 1 de junho de 2010

Quem ama um marinheiro ,ama...desta forma!

Sinto-me naquele nevoeiro,
que abraça a tua fragata...

Sinto-me no vento ,
que me sussurra no teu ouvido...

Sinto-me nas ondas brandas,
que embalam o teu sono...

Sinto-te na alma,
porque me habitas com intensidade...

Sinto enormemente a tua ausencia,
enquanto navegas por mares longinquos...

Trago o sabor dos teus beijos,
sempre presentes...na minha boca...na minha pele...

A distância,
nada muda...

O tempo que passa,
nada apaga...

Volta breve...

Porque te amo...

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Ennio Morriconne...Para a Débora

A minha "pintaínha"mais velha,começa uma nova etapa na vida dela!
Que o bom senso e a coerencia esteja sempre presente !
Acabar um grande amor aos vinte e quatro anos ...é duro!
A Débora,é uma mulher GRANDE...vai ultrapassar,e vai encontrar um novo amor,a seu tempo!
Para ela o tema de Ennio Morriconne,com o mesmo nome que ela,e muito bonito!

Ennio Morricone "Deborah's Theme", live in Warsaw

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Lágrimas de sal,e de sentimentos saídas da alma...chorais vós assim homens ,tal como nós?

Esta minha pequena janela,por onde me espreito,tem geralmente um ritual para que se abra,para que eu possa olhar lá para dentro,exorcisar-me das duvidas,dos fantasmas,das mágoas,das tormentas...!!!
Deixo escorregar os meus dedos pelas teclas , como se ganhassem vida própria...
Coloco uma música de que gosto especialmente!!! Melancólica como a minha essência, a sonoridade de "the man who cried",inunda-me com um torpor quase hipnótico!
Não consigo evitar que as lágrimas me lavem o rosto,e por momentos levanto as pontas dos dedos das teclas e preencho a minha face com ambas as palmas das mãos ,como se escondesse de mim o choro,ou como se a sensação de tristeza ás vezes fosse tão grande que tenho que a amarrar dentro de mim,para que não estravaze e se mostre com toda a amargura ,como se ela se pudesse reflectir nas paredes ...no écrã..."de partout"...
Depois, com a respiração no lugar ,com o sabor a sal nos lábios ,nas faces,nos olhos humidos,volto á dança das mãos sobre estes pequenos quadrados negros de letras brancas ,e vou arrancando murmurios doridos de dentro da alma,e colocando as palavras numa ordem por vezes dificil ,tentando dar-lhes o sentido que cá dentro tenho!
Esta música que ouço á medida que vou exorcisando,lembrou-me a propósito do titulo...-Se os homens choram com as mesmas lágrimas que as mulheres ,quando e porquê...o fazem?
Lembro-me de ter feito chorar o meu pai,e fi-lo tinha dezasseis anos ,aventando-lhe uma frase terrivel que eu tinha ouvido,e que a fiz ecoar no meu cérebro como se fosse uma verdade absoluta e inquestionável...Ela ,a frase tinha sido fruto de um mal entendido terrivel,daqueles que se não forem esclarecidos marcam para sempre induzindo eternamente em erro e minando...minando...corroendo!!!
Naquele dia eu senti-me a mais cruel criatura...fiz chorar o meu pai,um choro sentido,martirizado,ensopado em anos de tristeza,que saltavam agora,enquanto eu estarrecia,porque os pais não choravam,e eu devia ser horrivel para ter conseguido aquela maldade medonha...
Lembro-me da aflição que senti,da culpa...e tudo por causa de um mal entendido,afinal o meu pai era um ser humano ,com lágrimas...semelhantes áquelas que me correm agora rosto abaixo...a recordação será sempre forte e dorida!
Mas... e os outros homens ,choram?Sentem a mesma dor de alma que nós?Choram com lágrimas de água salgada e a profusão enorme de sentimentos com que nós o fazemo?
Eu espero que sintam tão intensamente a saudade ,como intensamente sentem a nossa pele quando nos enlaçam e nos cerram contra o seu peito...
Eu espero que chorem as mesmas lágrimas ...porque só assim entenderão o nosso amor!
Chora também as mesmas lágrimas de saudade...que eu aqui derramo de saudades de ti...enquanto o mar e o dever te retêm...!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Não aprendi Palavras de Amor...Mas encontrei cá dentro da Alma ,as minhas!

O Silêncio...
Aquele Silêncio da infância...
As Palvras que não ouvi dizer...
As Palavras de Esperança verdadeira...Que não me foram Faladas...
As Palavras de Amor que eu deveria ter escutado por detrás da porta ...Próprio das crianças traquinas que espreitam os pais,e aprendem...A Dizê-las quando Adultas...
Ouvi...Tantos Silêncios...Magoados,cheios,plenos,repletos de mal-entendidos...!!!
Ficou-me a Fome das Palavras...
Das Palavras bonitas ...das Palavras quentes...Das Palavras com Alma...
Arranco todos os dias com lágrimas ...A recordação...As recordações...Daqueles Vazios de som...Daquelas conversas não tidas...Daquelas conversas por mim não escutadas...
Eu não aprendi...E no entanto é sem esforço...É com o coração pleno de sentimentos...É com as emoções mais intensas...
Que me Brotam ...Que Pronuncio as minhas palavras de Afecto...De Amor...De Paixão...
Ás vezes talvez as aches "Demasiadas"...Mas nascem-me cá dentro,cheias de Felicidade...
Ás vezes podes até pensar que não será normal Amar assim...Desta maneira tão intensa...Sem falsos Pruridos...Quando meio mundo engole Palavras que gostaria de dizer,mas não têm coragem para ...
Eu Falo-te o que sinto...Como alguém que se viu privado de mantimentos durante muito ,muito tempo...E devora Esfomeado um pedaço de pão...
Eu Tenho Fome das palvras que não aprendi...Mas que do meu jeito,de uma forma menos convencional, sou capaz de dizê-las a ti...
Sinto que mesmo que te assuste um pouco ,me entendes...Afinal,já nos encontrámos noutros séculos...Noutras vidas...Desde sempre...!
E mesmo quando estamos longe um do outro...Eu ouço no meu peito o teu rir que adoro,e me dá força...E eu murmuro ao vento que te entregue ao ouvido ,todas as noites o meu"Amo-te",antes de dormires...!

sábado, 17 de abril de 2010

Fica a dor da Saudade...Sempre que o Mar te chama...

A Saudade é uma mistura de sentimentos...
Uma grande soma de emoções...
Saudade é um turbilhão avassalador... numa forma única e intensa,que nos esmaga o peito ...
Arranca-nos da Terra,faz-nos voar num rodopio semi-louco,num torpor de agonia de quem não consegue suportar a distancia,seja ela qual for...
Esta palavra encerra tantos medos,e ao mesmo tempo tantas esperanças...e dói,de dor amarga, como se nos tivessem arrancado algo cá de dentro ..que precisamos para continuar vivos...
Saudade...é o que sinto...quando não te sinto por perto...
Saudade que navega contigo através desses oceanos que não conheço...e a quem peço sempre ...que te tragam de volta...
A saudade de ti existe ...porque tu existes em mim...em cada poro da pele...em cada musculo meu,em cada gota do meu sangue...

domingo, 4 de abril de 2010

Veredicto:Carcinoma...

Num quarto de hospital de paredes beige,com uma janela de estore corrido até meio ,por onde entra uma luz sonolenta de tarde de Primavera...
Três camas...três senhoras tão diferentes...e tão iguais na doença!
Três senhoras "mutiladas"...três seios "rabiscados " a bisturi...com marcas que restarão eternamente...nos olhos de quem as tem, as palpa no seu corpo agora diferente,de quem as olha no espelho...!
Três cabeças cheias de medo, tristeza, e muita esperança,num projecto de cura anunciada...!
Visitas para três...todas de olhar pouco á vontade ,mas com muito amor por quem ali está de seio mutilado...
Elas são a verdade escarrapachada de que Cancro não escolhe raça,idade,crença...nada!Cancro passeia-se por entre nós com vontade de brincar ao "agora posso estar...agora já não estou"...!
Chamo-lhe por escolha "a maldita"...se separar-mos em dois a palavra faz-me sentido porque não se diz Cancro de uma forma que consiga ser "bem-dita"...quem a anuncia,nunca o faz feliz ,quem a ouve sente-se á beira do abismo...
Voltando ao inicio ,e áquele quarto de hospital...quando o silencio se instala,quando as visitas se calam e recarregam baterias para conseguir suportar a dor de ver a dor na mente destas mulheres...ouvem-se os passinhos ligeiros dos enfermeiros ,que ministram poções mágicas...
Ouvem-se passinhos das auxiliares que desinfectam toda a sorte de aparelhos de ajuda ás mais básicas necessidades humanas...e este silencio que se instala,cai como um lençol negro,cheio de interrogaçoes inscritas,algumas delas ilegiveis de tão negras como o lençol...mas vem de novo mais um riso ,mais um periodo de conversas que dispersam soprando, o negro que aparecera...e volta de novo a esperança,e sente-se o calor da vontade de saír vivo na batalha contra esta "maldita"...
Nunca mais nada será igual...nem estas três senhoras ,nem nós visitas...
Arrancaram-nos a imortalidade á força...tornaram-nos mais humanos,mais verdadeiros,mais frágeis e ao mesmo tempo mais fortes...
Felizes daqueles que não vêm a "maldita"no corpo dos seus...felizes aqueles que a "maldita" não escolhe para brincar...
Qual será o peso do temor,do desgosto,do sentimento de fé na cura...que cada uma destas três senhoras carregam na alma?...Não se pesa ..não se mede...e ninguém que não o sofra conseguirá alguma vez entender...
Olhar nos olhos destas mulheres sempre que o "presente se lhes fugia",e ficavam de pupilas ausentes...centradas num local imaginário ,onde seios, cicatrizes bisturis ,e futuro em forma de interrogação,se reuniam...vislumbrava uma imensa solidão,grande ,tão grande ...que pensar nela sem chorar é uma ginástica de nervos dificil...
Que tenha sido exorcisada a "maldita"...
Que ela nunca mais vos chame ou se aproxime de vós...!!!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

ao amor que me dedicas ,e ao amor que te tenho,obrigada!

Perguntei-me muitas vezes,e durante muitos anos,porque são inseguras as pessoas...como se fosse uma "maleita" alheia e que não se coadunasse comigo...

Quando fiz quarenta anos ,decidi fazer um balanço,falar de mim para mim...sobre todas as coisas possíveis...mostrou-se uma decisão tortuosa ,dificil,um caminho de auto-conhecimento,que nem sempre é fácil de percorrer,mas antes a minha verdade ...que fingir viver cega,nao vivendo...como tantas vezes fiz!
Eu sei que sou cheia de paradoxos ,ou antagonismos,mas sou assim e é isso que faz de mim uma mulher humilde,que se procura ,para poder fazer os outros também felizes!
Acordei para esta realidade da minha insegurança, quando o homem a quem devoto muito amor,me disse qualquer coisa como-"Não sejas tão insegura..."!
Eu nunca me tinha visto como se fosse de fora para dentro desta maneira,e nunca tinha percebido nem as causas desta caracteristica minha,nem o que poderia provocar nas outras pessoas...
Tudo tem um início,e esta minha faceta da qual não gosto particularmente teve o seu florescer durante a minha infancia!
Quando somos pequeninos,sentimos as emoçoes de uma forma forte,e aquilo de que mais necessitamos é de protecçao dos pais ,e de que eles nos assegurem que nos amam...
Os meus pais amaram-me,mas fizeram-no ambos de forma doentia...a minha mãe superprotegendo-me de uma maneira hermética e cruel,não me partilhando com outras pessoas,inclusivé com o meu pai...
Nos anos sessenta do século passado,os homens mais comuns ,com pouca instruçao,pouco treino nos afectos,cuja religiao e os bons costumes de ditadura , não permitiam nem questões nem devaneios...nada questionavam,nem a dureza da vida deixava tornar-se possivel pensar muito!O meu pai terá sido um deles,amando-me em silencio,sem que eu percebesse,porque parecia que eu era só filha de um progenitor,neste caso da minha mãe!Tenho poucas lembranças da figura paterna na infancia,mas algumas sei-o hoje eram agradáveis,mas silenciosas...não recordo a voz do meu pai naquela altura...!
Penso que terá sofrido com o nosso forçado afastamento,apesar de habitarmos ambos na mesma casa até eu ser bem adulta ,ter saído de casa e voltado,e a minha mãe tinha seguido os seus sonhos,tinha ido procurar a sua felicidade!
Mas tinham-se quebrado fazia demasiado tempo, os elos, os afectos falados,os afectos correctos ,para que eu não me tivesse sentido ABANDONADA PELO MEU PAI!
Quando se é menina o afecto paterno é de extrema importancia no nosso crescimento como mulheres saudáveis, seguras...quando assim não acontece,as meninas ,porque são pequenas e estão em fase de aprendizado guardam na memória a seguinte idéia"se o meu pai não me quis amar(porque supostamente os progenitores amam os filhos,embora isto nem sempre corresponda á verdade),nenhum homem me amará"!
Se este pensamento não for mais tarde examinado ,"tratado",sujeito a intenso trabalho de descodificaçao,então as mulheres serão inseguras... se-lo-ão até conseguirem entender que o que apreenderam na infancia não faz sentido que continue no estado adulto,muito menos depois de começarem a questionar a fazer balanços,a perceber que nem todos os homens são o pai!...parece talvez estranho mas não é ,e o mesmo acontece com os rapazes em relação ás mães!
Sendo assim ,e depois de ter descoberto a "causa",a cura está dentro de mim,e eu exercito esta cura,embora nem sempre seja fácil,e entende-se,eu sou só um ser humano em busca de ser feliz,destrinçando passados ,exorcisando medos e receios,e com coragem para te falar deles...meu amor!
Obrigada por me teres feito pensar,obrigada pelos sentimentos bonitos que nutres por mim,obrigada por me entenderes ,e por teres esperado por mim ou eu por ti desde outros séculos ,outras vidas em que certamente já nos amávamos...!!!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

o mundo nos olhos profundos da menina silencio

Tenho que confessar que esta página em branco me assusta,e me provoca uma imensa ansiedade!Lembro-me dos meus tempos da Escola Secundária,e do friozinho adrenalinico no estomago,de cada vez que a profesora/o,nos "ordenava"uma composiçao!Sentia entao um bulício a crescer cá dentro,mas sem idéia alguma sobre o que iria escrever,e lutava para que o desespero nao levasse a melhor ,porque afinal escrever era exatamente o que mais me aprazia fazer,sobretudo se apelasse á minha fértil imaginaçao,que ainda hoje se emaranha como uma trepadeira no meu craneo,numa mistura de finissimos troncos quase microscópicos,que se enleiam no cérebro,e acompanham o meu sangue pelo caminho das veias!
Eu nunca poderia ser de outra forma,com outro formato de pensamento,seria pouco real,pouco meu!
Cresci no silencio das palavras,com o som das panelas das torneiras,da meia de vidro a encerar o chao de madeira.Cresci com o som do burburinho dos miúdos na rua que podiam brincar,mas nunca lhes conheci as frases,nem as gargalhadas,porque só me era permitido mirá-los com infinito cuidado da varanda daquele terceiro andar ,encarrapitada em cima de uma caixa de fósforos que só mais tarde percebi que nao me servia de nada ,ela ficava esborachada com o peso do meu corpito de menina,de cabelos grandes trabalhados em duas grossas tranças,que emolduravam um par de olhos profundos ,de quem já tinha capacidade para imaginar que a realidade poderia ser diferente!
Na infancia ,por muito castrado que se seja,ninguém consegue nunca lavar da nossa mente a imagem do mundo nem a nossa imaginaçao, que nos ajuda a viver!Quando timhamos a capacidade de tornar um despertador em milhentos objectos com os quais se podia brincar, também podiamos mais tarde tecer composiçoes de encantar!E aquela nota dada pelo professor/a no cimo da folha, fazia-nos crescer um palmo !Do quase nada, do silencio,da sensaçao de vazio,o ser humano é capaz de criar,imaginar,viver e amar !
Agora depois de muito "crescida"já tenho maior vergonha de despir as minhas idéias e escreve-las,já estou condicionada pelos rótulos ,pelos estereotipos,pelos arquétipos ,e por um valente punhado de razoes que pouco ou nenhum sentido fazem,mas que me impedem de escrever com a velocidade do pensamento ,como fazia na Secundária!Porque o meu pensamento é atrozmente veloz,e escrevendo isto pareço pouco humilde ,o que nao corresponde sequer á realidade,mas as palavras sao lidas ,quando lidas,e absorvidas tendo em conta sempre quem as vai ler,com que espirito,com que abertura de alma,ou leveza de crítica,ou aborrecimento...
Os professores eram isentos ,imparciais,por isso me sentia tao livre quando escrevia.E se naquela altura eu levava metade da aula a lutar e outra a escrever,agora levo tempos imensos para quase nada dizer!Mas a menina das tranças continua a beliscar-me e a dizer ...-"Vá atira-te ,sem medo e escreve mesmo que só faça sentido para ti.........ou talvez nao...eu conheço quem te entende...!"

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

memory...sarah brightman

Conheci há muito tempo,tempo que tenho dificuldade em contabilizar,"a menina "."Menina" nao por ter pouca idade ,mas por ter uma enorme inocencia.Embalava uma criança pequenina no colo!Por inocencia estava cativa,retida contra a sua vontade, acuada de medo,das sabedorias e dos terrores,das gentes e do lugar para onde fora levada!Ninguém se apercebeu ,que" a menina "defendia supostamente, vidas de pessoas que amava tanto!Quando se é inocente ,acredita-se que os "maus",sao piores que o próprio mal!"A menina "aprendera a nao chorar lágrimas,quanto muito engolia grunhidos nascidos da sua garganta e que nao se deveriam deixar escutar.Cantava...sim,cantava desalmadamente cançoes lindas,á pequenina que dormia no seu colo,quando os maus nao estavam por perto!Num pátio sórdido,de cazinhas pequeninas,onde viviam histórias de gentes tristes,por detrás de um cemitério grande.Os mortos deixaram de fazer medo "á menina".Aterrorrizavam-na os vivos,a faca da cozinha,e a ameaça,"mato o teu pai...roubo-te a nossa filha"!!
Esta história estranha,pouco tem de bonita,e também nao consegue ser feia ,e eu talvez nao a saiba contar...Mas aconteceu durante um mes onde o sol da esperança se escondeu,e a vida da "menina"era escura como breu.
Mas cantar enquanto se embala um filho,faz germinar amor,força ,coragem.Uma das cançoes com que embalava a pequena criança,falava de memórias,de solidao,do luar,do sorriso de outros tempos,da beleza que emanara sempre dela..."da menina"!
Um dia ganhou asas ...pegou na pequena criança,que amava daquela forma sublime,e fugiu com a força da cançao!Fugiu dos maus ,piores que o mal,da faca afiada que lhe brandiam enquanto a ameaçavam,fugiu do pátio sórdido,das gentes tristes,da casa sem luz!Cresceu "a menina",a dor tornou-a forte,o medo fe-la mulher coragem,e voou dali e até da memória daqueles tempos!Como alguém disse um dia "o que nao nos mata ,torna-nos mais fortes"!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

nao é idade ...

Hoje é feriado,dia complicado para quem ainda nao se habituou bem,a ter algum tempo para sí!Depois há sempre aquelas coisas giras que as pessoas nos dizem,e que nos fazem pensar...
Conversava eu informalmente com uma senhora,de aspecto jovem,mas que me leva cerca de 2 anos de avanço,e dizia ela ,em resposta a um queixume meu:"Zélia,tu estás velha por dentro"!
Por exemplo, ainda agora tive que chamar"senhora",a uma mulher que me parece ter 30 anos,tendo ela no entanto 45 ou 46!Isto faz de mim também pela idade e sobretudo pela "aparencia"mental...uma senhora!
Tudo isto será simples se se chamar" senhora",por educaçao e respeito.Mas nao se trata disso,chama-se também e sobretudo "senhora",a alguém cuja idade já justifique(40,ou mais).Dantes,noutros tempos "senhora"seria até uma jovem ,mas teria que ter contraído matrimónio,ficava bem!
Bem mas o busílis da questao nao está nas palavras que dao ou tiram anos,(idades)!A questao é, aquela frase,dita sem qualquer sentido de ofensa,e que me acertou como se fosse uma seta!
Ainda estou sinceramente meio abananada.Eu sei que que tenho no rosto marcas de uma vida "intrincada","mas velha por dentro"...?
Como é que isso se ve?
Como posso eu esconder?
Esta é uma grande verdade...mas só minha!
Como poderia eu ser nova por dentro...se já corri caminhos,desci vales,subi montes,escalei montanhas...
Se já me doeram as entranhas ,na impotencia de mudar o curso dos rios...
Se os oceanos transportam consigo as minhas grossas lágrimas...
Se me açoitaram o corpo,num frenesim de quem quer calar á força uma boca que grita...
Se me torturaram a inocencia...
Se me estropiaram o riso...
Se me enganaram,enganado-se talvez também,porque procuraram em mim dons de fada,que nao possuia...eu era simplesmente ...simples!
Nao ,eu nao serei velha por dentro...sofrida é a palavra!!!
Sofrida e cheia de tenacidade,protegendo as minhas crias com unhas e dentes!
É minha jovem senhora ,que também tem penado,também tem decerto chorado e lutado...eu sei que sim,ainda consegue parecer nova!
Eu sou por fora uma "senhora" ,porque aparento idade;sou sofrida por dentro ,e parece "velhice";mas arrumo o meu passado, avanço com mais cuidado,refaço o meu sorriso...!

domingo, 22 de novembro de 2009

FOTO A DUAS VERSOES

Desço a minha rua,pequenina,ruazinha de aldeia maritima,e deparo-me com aquilo que poderia ser, se por instantes eu conseguisse parar a minha visao,num clic fotográfico,uma paisagem Ártica!
É magia pura,na frente dos meus olhos, em vez de mar,tenho neve,gelo,mar solidificado...é tao sómente ...lindo!!!
Esta é de facto a rua mais bonita do mundo retida naquele clic!
Depois desço mais um bocadinho,saio da "fantasia"fotográfica,e vejo um mar revolto,que marulha,borbulha de espuma quase até se perder de vista!
Esta rua é de cartao postal,daqueles que vemos nos quiosques,e nos fazem sorrir de felicidade,porque algures aquela paisagem existe...
Esta é uma daquelas pequenas coisas...que se tornam grandes pela emoçao com que nos adoçam!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

pretenciosismos de uma pretensa"escrevedora",séria e sofredora...e com vontade de aprender

"E agora?"Pois que é a primeira questao parva que me surge assim que vejo o espaço em branco que se me apresenta,e onde deveria escrever o que me propunha, e, pois que logo todos os pensamentos, os mais heróicos,ainda outros sem coerencia alguma,se me esvoaçam orelhas fora(creio eu)!E fico tao perdida,como quem espera por um amor,e ele nao vem!E sinto-me á beira da "fúria",porque nao arranjo maneira de combater esta cobardia,que me deixa de dedos levantados do teclado e olhos esbugalhados!E dá-me uma vontadinha de me esbofetear,mesmo aqui defronte de quem quer que esteja,sem dó nem piedade...
E falam os meus neurónios uns com os outros:-Esta estropácia endoida ás vezes e nem é necessário o temível TPM !
Eu nao preciso de ser linda para escrever o que me der na veneta...
Também nao tenho forçosamente que ter um queficiente de inteligencia por aí além para "dizer coisas",escrevendo...
É verdade que eu nao me importava de saber escrever como os verdadeiros "escrevedores",mas ainda nao aprendi...
É certo que isto até parece inveja,mas nao o é de todo.
Gosto de escrever...!
Preciso de escrever...
Para me sentir gente...
Para escrever o que ninguem me "ouve"...
Isto parece conversa de cao com orelhas caídas porque ninguém lhe faz festinhas...que se lixe!
Escrever é escrever, e seja o que for que se escreva, é escrevendo que comunicamos ...( UMA DAS MAIS BELAS FORMAS DE COMUNICAÇAO)!
Dedo após dedo lá se vai perdendo medo e ganhando coragem...teclando primeiro devagar...e depois enlevados em loucura,insanidade,e muita coragem...
Deitamos as angustias fora...dedinho após dedinho!

domingo, 1 de novembro de 2009

O mar embala-nos os sonhos e ajuda a secar a tristeza

Da minha rua vejo a espuma,as ondas,o oceano!
Somos vizinhos,olhamo-nos de soslaio,e de vez em quando nao resisto e faço-lhe uma visita.
Fico ali na muralha ,aspiro as goticulas de água salgada que o mar me oferta para me consolar das minhas "solidoes e telhas",viajo mentalmente até ao outro lado deste imenso pedaçao de água,e imagino a América dos filmes da televisao,dos filmes do cinema ,que nos garantem que ali ,naquele país distante,na "terra do tio Sam",os sonhos sao todos possiveis!
Filmes...!
Sonhos...!
Ali como em qualquer parte as fantasias sao só fantasias!
Depois esqueço-me das "Américas,e de todos os tios Sam",e fico só comigo!
Ás vezes o céu quando o sol se vai deitar ,adquire os tons rosa mais bonitos do mundo...
Outras vezes o mar e o céu entram em disputa e cada qual ,por seu turno ,mostra a cor da tempestade...cinza claro,cinzento chumbo,ambos numa vaidade de beleza selvagem,com muitas bolinhas de espuma á mistura...
Ambos sao espectaculares,um em baixo ,outro lá em cima ,embora ao longe sempre pareça que se tocam,lá onde chamam ,"a linha do horizonte"!
Quando á noite me distraio e os pés me levam até á muralha,quando o nevoeiro se adensa lá ao fundo ,também a fantasia me pode" tentar",e entao, estarao prestes a surgir de certo ,cavalos enormes e lindos,sereias que gritarao aos pescadores intrépidos que os amam...e tudo quanto a imaginaçao humana queira "ilusionar","pintar","construir","rabiscar"...
E o som que embala a noite...
Onda vai...
Onda vem...
Vai silenciosa para voltar enternecedoramente cumplice ,naquele som que pode rondar o atróz ou o marulhento,dependendo da conivencia do vento e das correntes,para nos deixar cair num soninho mansinho...
Parece que aqui nesta aldeia maritima vivemos um triangulo amoroso...TERRA, CÉU E MAR.
Paixoes nossas ,de gente que sente ,que se a verdade doer muito ,sempre se pode fugir para a muralha ,e sonhar de olhos abertos ,com castelos e princesas na areia,cavalos brancos a saír do mar,e a musica que soprada pelo vento ,nos embala ,e seca as lágrimas...

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A IDADE DA "LOBA"PODE SER TAO "A IDADE TOLA"

As minhas férias já "eram",ou melhor já foram.
Complicaçao ser tao complicadinha,e conseguir complicar o que nem se supoe ser complicável...Melhor dizendo e simplificando,que sorte de gente me saí eu, que com a idade da "loba",pareço estar na idade parva!
Bem "parva" é capaz de nao ser muito bonito de se dizer,mas"atarantada que nem um besidróglio"será certamente mais ao meu jeito,o que nao quererá dizer...mais inteligivel ou compreensivel...!
E se eu me entendesse,seria tao feliz que me aborreceria certamente...
Isto faz-me lembrar a conversa de um amigo ,que ainda ontem ao telefone me falava do meu carácter,e sem o ter percebido ainda.
É tao fácil imaginar o que os outros "sao",e também tao fácil errar nas conclusoes que tiramos sobre a" essencia "alheia!
Fico sempre triste ,porque eu sou só eu,e simplesinha de entender...
Faço ás vezes de conta que sou complicadita,mas é só mesmo para me divertir!
Agora dificil,dificil mesmo é ,descomplicar sem complicar,que é o pior exercicio que se pode ter enquanto ser humano...porque nós gostamos mesmo é de andar com o raciocinio ás voltas,e o cérebro a tecer teses doutorais,sobre assuntos que na maior parte das vezes desconhecemos!
ESTE É O MEU DESABAFO ,MEIO TRESLOUCADO ,PORQUE ESTOU EXAUSTA DAS FÉRIAS QUE ME "CALHARAM"ESTE ANO...UFA !!!
EU CÁ GOSTO É DE TRABALHO DE MERGULHAR DE CABEÇA NELE ,PARA DE SEGUIDA PENSAR QUE O QUE É BOM ...SAO FÉRIAS...!!!
ASSIM SE PASSAM AS COISAS QUANDO SE ESTÁ NA IDADE DA LOBA!!!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

ÁS VEZES UMA SÓ PESSOA PODE MUITO,PODE AMAR-NOS NUN SIMPLES E BELO"BOM DIA"

Já referi que estou de férias,que ando um tanto" ás aranhas",com muito para fazer e sem "arrumaçao mental precisa"para "o muito "coseguir alinhar ,mas tenho feito alguns prodigios!
Nao posso fazer viagens -sou pobre ,como a grande maioria da populaçao mundial-por isso valho-me do meu hobby favorito...observar!!!
Com as mazelinhas que nos vao aparecendo no corpo,convém fazer de quando em vez o nosso misero "chek up"de pobre.Entao depois de uma consulta "parida" a ferros,fiquei com umas listas de "sangrias" para fazer,"fotografias" aos ossitos,e "visitas", guiadas por um aparelho esquisito e muito gel pastoso,á "borboleta "que vive no meu pescoço,e que decidiu engravidar, chamaram ao "feto"desta,"nódulo"!!!
Bem mas aparte todas estas tretas de quarentona,tonta,deparei-me com situaçoes deliciosas na clinica onde fui fazer toda esta "festança"!
Muitas carinhas com sono,umas velhas outras novas.
Algumas senhoras que brincaram "aos dotores"com os maridos ou outros "apendices"(namorados,amantes,equivocos,rebaldaria?),pois que também nao é por aí que o gato vai ás filhós,e as barrigas eram giras,e isso é também bom e de realçar!
Mas o que me deixou "pasma","atarantada","surpresa","deliciada","motivada",foi que ,estando umas quantas pessoas em espera para o" sanguito do dodoi no braço",junto com o chichi mal tapado e cheio de vergonhas numa garrafa ou num frasquinho-me sai com um ar jovial,feliz por estar vivo,bem educado,decerto bem lavado e cheiroso ,um senhor simples mas cuidado no vestir,que se dirigiu áquela corja de mal encarados (incluindo eu ,certamente)com um maravilhoso" bom dia",e este senhor tornou-se para mim a luz da manhã.
E se mais alguém, teve olhos para exercerem as funçoes para os quais existem, pestanejando nas nossas caras,e viram ,e ouviram este senhor ,deveriam ter sorrido e agradecido ,porque uma boa energia passou por ali,a iluminar as nossas escuridoes!
Sem saber quem é o senhor bem educado e cheio de luz,penso que um "muito obrigado"da minha parte é sem duvida merecido!
OBRIGADO A ESTE SENHOR BEM EDUCADO E A TODOS OS OUTRS OU OUTRAS QUE AINDA TEM A CORAGEM DE O SER!EDUCAÇAO É CUIDADO.E CUIDADO É AMOR...
AINDA HÁ QUEM AME...!!!
AINDA HÁ AMOR NAS PESSOAS...!!!
É BOM O AMOR...!!!

domingo, 11 de outubro de 2009

a coragem é casada com o medo!

Que estranha sensaçao esta, que se me entranha desta maneira tao bizarra e tao minha!
Estou de férias ,e nao grito de felicidade!
Tenho tempo para as minhas "coisas",e estou perdida no meio delas ,sem saber para onde me virar!
Que sorte de gente me tornei eu ,que quase perdi a noçao de que alturas há, em que posso disfrutar das coisas como os outros ...e em vez de rejubilar...choro!!!
É verdade que desde que me tornei adulta ,tem sido um trabalhar que nem maluca;Um viver dormente porque urge sómente suprir necessidades,pagar contas ,deixar algumas dependuradas...e ...o resto ...sei lá,bato com a cabeça na parede e choro!Se eu falar decentemente, de mim para mim ,em sã consciencia,entendo que gosto de baralhar as coisas e fingir que nao sei encontrar o meu"norte" !
A minha bússula interior diz-me sábiamente:Nao te atropeles" mocinha" ,todas as pessoas se baralham de vez em quando,é normal!Tu só tens medo !
Tenho medo de sair da minha casquinha,tenho medo do entusiasmo,tenho medo de nao me conseguir entusiasmar...é ...tenho muita vontade de banir o medo ,e medo de ficar sem ele!
Quando se vive uma vida como a minha...corajosamente,deve-se saber que o medo é exactamente... o companheiro da coragem!
E penso que sem um ,o outro nao existe!
Depois há a "RAZAO",que quando predomina sobre a "EMOÇAO",acalma a barafunda mental...e depois tudo fica normal!
Férias sao apenas e tao sómente...férias!!!É bom...!!!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A cor e o odor da chuva

Caíram as primeiras gotas de chuva.Caíram com energia ,força ,como que para lavar a languidez do Verao,o pó dos caminhos.
O "ar" tem alguns sinais de frio, mas pouco ainda.
As trovoadas ecoam pelas madrugadas ,num reboliço de ventania ,que dá aquela vontade de nos aconchegarmos na cama ,e ficar a ouvir o aproximar ou o afastar dos relampagos ,consoante a intensidade do som!
Nao é possivel assistir impassivel a este espectáculo da natureza apesar dos receios ,é de uma beleza selvagem inigualável!Os dias foram avisando devagarinho que o Outono,avançava para dar descanso ao atarefado Verao.
As cores esbatem-se,os verdes das copas das árvores ficam mais escuros ,mais cheios de mistérios.
As águas das chuvas escorrem pelas estradas,pelos caminhos ,e pingam com força ,fazendo ás vezes um barulho ensurdecedor ,quando caem dos telhados e se estampilham nas varandas,nas calçadas das ruas empedradas.
Embala o som da chuva...!

A Mae Natureza,deve ter feito propositadamente.Provavelmente ,quando o ser humano ainda nao vivia rodeado de sons estereónicos ,eléctronicos e todos os outros "ónicos",que preenchem grande parte de quase tudo,nesse tempo entao ,decerto que era a chuva que ninava os meninos,com o seu som hipnótico!
É bom o som que a chuva tem...
É bom o odor que ela deixa ficar...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

uma aldeia perdida pelos recantos da beira baixa,mas sempre gostada

Existe um cheiro,um verde montanhoso,que mora aqui nas minhas lemranças,que me sao caras!Existe um caminho ,longo,fatigante,mas cuja estrada desemboca naquela aldeia,pequenina,ladeada pelos mais maravilhosos tons esverdeados ,e quando chove o odor da terra e das plantas mistura-se com o sabor a queijo de cabra,e pao cozido a lenha .A aldéia que começou por nunca ter tido luz eléctrica, quando esta se "achegou" com letras garrafais de" modernidade"e se instalou como vandala na alma das pessoas ,parte do encanto da minha meninice quebrou!Sem aquela "tola" luz ,os bichinhos nocturnos cantavam com mais garra,o vento assobiava com mais orgulho nas frinchas das portas de madeira e nas janelas!Quase ao mesmo tempo dou-me conta de que já nao se vai á fonte de jarro de plástico ,ou de bilha de barro assente em cima de rodilhas de pano á cabeça,que de maos na cintura faziam desfilar as aldeãs !Coziam-se "picas" de pao para os mais pequenos,e quando em épocas festeiras chegavam os de fora eram abençoados por bolos com aroma de azeite,filhós redondas , com um alto no meio onde a massa era mais fina,e que com uma valente malga de leite com café(até para os mais pequenos),tinha daqueles sabores que nada iguala nunca mais!Naquela aldeia ainda há hoje quem por gosto lave na ribeira,as roupas suadas de maridos trabalhadores,e de mulheres que amanham a terra para as couves da sopa!Quando eu era menina ,a titulo de curiosidade ,nao se limpavam rabiosques ,nem que fossem da cidade com luxos modernos,as pedras escolhidas com sabedoria ou folhas de verduras faziam a higiene de qualquer traseiro com mestria!Pelos caminhos ,alguns deles com muros de pedra,nasciam terriveis silvas que nos deixavam ,mesmo assim ,pegar as suas doces e pretas amoras que nos pintalgavam a boca!Em arcas imensas guardavam-se depois de terem gritado pela sua vida ,os porcos que se foram engordando ,para repasto ,sómente nas festas da aldeia e quando chegavam os imigrantes!Confesso que surrupiei muitas fatias ,nacos até de presunto que me faziam esquecer que os porquitos sao uns animaizinhos rubicundos e simpáticos!Aquela aldeia ainda tem gente,ainda tem imigrantes,e ainda tem a recordaçao dos olhos cheios de riso da minha avó,e o porte sábio do meu avÔ,com os seus eternos cabelos brancos !Continuam ali na aldeia mas agora a morada de ambos é junto com os anjos .Naquela aldeia tudo é especial,sendo somente uma aldeia ,é ao mesmo tempo história de gente sofrida ,de gente feliz,de cheiros de sabores...É"rochas de cima",perdida por entre as serras e achada dentro dos que de alguma forma de lá provéem!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

as maes e os seus planetas,onde se abrigam da tristeza ,do que nao conseguem dar-nos

Com que facilidade cada um de nós consegue dizer coisas" que nao pensa"?Já me aconteceu ,estar de tal forma absorta numa determinada funçao que ,sem ter escutado a pergunta que me foi feita, respondo ,creio que á reveria de qualquer claro raciocínio,as coisas mais descabidas,mais sem nexo e mais surpreendentes.Penso que a minha mae,uma senhora que sempre teve o "dom"de habitar um planeta diferente,"mesmo aqui ao lado do nosso",me dizia coisas absolutamente incríveis,que me faziam também "voar",numa quase inconsciencia razando o absurdo,dadas as circunstancias em que as nossas vidas decorriam.No seio de uma familia de vida entre o muito simples ,e o muito simples mesmo,absoluto e completo,o sonho sempre alimentou o "planeta"da minha mae!Creio que nao estaria ainda dentro da órbita do planeta do resto da familia quando com ar sonhador mas muito convincente...me dizia,com uma certeza plena de candura..."tens umas maos tao lindas,filha!Maos de pianista!A mae um dia vai comprar-te um piano!"Eu sei que ela queria muito comprar o piano.Eu sei que ela queria muito que eu tivesse muitas coisas de que eu gostasse.Embora eu até possa achar que talvez ela falasse sem pensar ...ela pensava!Secalhar pensava com lágrimas,falava-me, e de seguida retornava ao seu planeta!Ainda hoje para acalmar as minhas frustraçoes ,a minha mae é bem capaz de me dizer(quase como se fosse sem pensar )-Ó filha logo se há-de arranjar maneira de ires ao dentista ,e arranjas os dentes...!!!Eu sei que ela chora as minhas lágrimas.Mas logo de seguida embarca na sua nave espacial e lá vai rumo ao planeta dos sonhos,logo ali ao lado.Nunca tive um piano,mas nao é grave!Nao tenho dentes decentes,nem bonitos ,nem perto disso,e isso sim deixa-me tao triste!Adocica-me a mágoa dentária ,o sonho da minha mae,e o facto de ás vezes me apetecer viajar até ao planeta dela ,e tornar possiveis os sonhos!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Barreiro

Era uma vez um 1-andar,num prédio de fachada virada para um largo grande,onde durante o dia havia um "corropio" lento de pessoas que se dirigiam a todos os locais daquela vila ,quase cidade ,que tudo tinha.Aquela vila,de história maioritáriamente fabril,encerrava nela convicçoes politicas aguerridas,que eram faladas de maneira velada,antes do 25 de Abril.Era sem dúvida um "sitio",onde crescia a cultura,onde as vizinhas se conheciam e trocavam sabedorias de crochets,que de quando em vez se aborreciam,mas nao muito, porque o decoro exigido pelo regime politico da altura nao se coadunava com grandes expansoes de carácter,e cultivava o recato.Pouco tempo depois da queda desse regime politico ,mudámo-nos para esse 1-andar,com espaço de sobra para o magro mobiliário que possuiamos.Aquela "casa"era um mundo,de onde podiamos contemplar ,através das várias janelas que tinha,o resto do mundo,que lá fora ,buliciava naquela vila ,quase cidade.Naquela vila,vivia-se com a companhia das sirenes das fábricas que nos ajudavam a marcar e defenir o tempo.A C.U.F,por exemplo,que era um complexo fabril de enorme importancia ,marcava as mudanças de turnos dos operários,com gritos de sirenes ,que para uns significaria entrada de turno,para outros o retorno ao lar ,onde ainda nesse tempo em muitas casas,as esposas esperavam os maridos,com paparicos e pequenos mimos.Em nossa casa nao se trabalhava nas fábricas.O meu pai tinha um sonho...um sonho bonito...e alugou uma loja grande,com montras de vidro enormes,com letreiros luminosos de branco e amarelo,onde no centro se lia..."JOAO DE DEUS O REI DAS RESISTENCIAS".Loja de conto de fadas com mostradores de veludo vermelho, ornamentados com todos os tipos de electrodomésticos.Dos tectos pendiam os mais elaborados candeeiros,coloridos,brilhantes!Acredito que muitos operários das fábricas cobiçaram os artigos da loja do meu pai.Muitos terao até comprado.E naquela vila quase cidade ,muitas pessoas viveram vidas simples ,com salários simples,umas foram simplesmente felizes,outras simplesmente nao o conseguiram ser!Talvez como em todos os outros pontos do planeta,mas ...ali...muitos acreditaram nos sonhos ,saindo das suas aldeias de norte a sul do país,para ganhar um sustento melhor ,trabalhando na companhia das sirenes que lhes indicavam o caminho.As paredes dos prédios eram todas cinzentas...Dias havia em que respirar era uma tarefa complicada porque se tossia muito , se nao se cobrisse a boca ,pelo menos com a mao.No entanto nao era inquietante,nao importava, porque nem se falava em poluiçao e danos fisicos por ela provocada.Havia uma cumplicidade entre iguais,e ali naquela vila práticamente todos eram" iguais".Aprendi naquela localidade que me marcou na carne e no sangue,as coisas mais importantes da vida.Ás vezes recordo um sentimento que ainda hoje perdura...havia noites em que acordada de madrugada,olhava para a rua solitária,queda,silenciosa,através da janela sem cortinados,e perguntava-me...serei a única pessoa a estar acordada nesta vila quase cidade?E sentia uma tristeza grande e uma solidao maior,que só achava consolo na consciencia de que...havia outros seres humanos como eu ,que me faziam companhia sem que o soubessem,estando acordados a ganhar o seu pao naquelas fábricas.E,como que por magia a minha solidao desaparecia!

domingo, 13 de setembro de 2009

beijo ou doce?

Muito se fala sobre os disturbios alimentares,e parece sempre que nada disto nos diz respeito.Pois eu tenho a perfeita noçao de que ,aparte todas as possiveis hipocondrias,eu engordo ,comendo sentimentos em "manque".É tao fácil entender quando uma garfada generosa e transbordante de arroz suculento,que introduzimos na boca ,e quase sem mastigar -engolimos,é nada mais ,nada menos que um abraço que esperamos há tanto tempo ...e nao chegou.Nao na forma de braços ternos em torno do nosso corpo, nao como queriamos ,mas como é mais fácil e possivel, sem depender de outros ,obtivemo-lo enganosamente...de uma garfada de arroz!!!Depois vem todos os outros mimos de que temos necessidade,como de "ar","água","sol",e que tardam em se fazer presentes ,como se tivessemos sido privados do direito a eles;,como se nos tivessem condenado(porque é assim que se sente quem nao tem mimo),a ser encarcerados numas masmorras,húmidas,frias,que nos envelhecem precocemente.Adquirimos um aspecto degradado e pouco apetecível ao toque,o que agrava cada vez mais o nosso estado e a nossa postura de pequenos seres de bracitos no ar ,olhitos esbugalhados e razos de lágrimas,á espera que nos "alimentem de beijos".Cada vez mais gordos e anafadinhos ,choramingamos ao mesmo tempo que comemos ,tornando-nos máquinas de devorar calorias.Quem quer gente assim?-Pergunto-me a mim mesma.E com a vergonha que é caracteristica aos devoradores de sentimentos,faz-se um plano de dieta,passa-se alguma "lariquita",mas compete-nos a nós ,também tratar as nossas carencias afectivas.Ou entendemos que comida enche barriga e nao enche de mimos o coraçao,ou prócuraremos eternamente "amor"em quilos ganhos,vergonhas por nao haver roupa em que caibamos,e ver tudo o que é gente virar a cara e perguntar-se "como é possivel?"Bato muitas vezes com a cabeça na parede,mas procuro equilibrio!Tou cansada de enganar a alma com comida .Mimo quando chegar ,se quiser aparecer,que me encontre pouco gorda, para ter braços suficientes para me enlaçar!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

com medo que o amor nao me queira...

Bem...que o "amor" nao me ama é um facto,se alguma vez me amou ,foi por certo de uma forma estranha e eu nao entendi!Eu nao sou muito convencional,já tentei sê-lo ,mas nao, nao é o "meu registo".É pena ?Sei lá...!O que sei é que mesmo que nao seja "amavel"(de amor),já seguramente amei!Amei muito;amei incondicionalmente;amei na forma"encantada";amei que nem uma doida;amei sempre no "modus"sofrido;amei de alma ,amei, amei ,como se a isso tivesse sido condenada!Mas(porque há sempre um malandreco "mas")decidi parar de amar,parar para ver, ouvir e pensar,e eis que se fez luz...Amar daquela maneira,nao se usa ,nao se usava ,quando encetei a jornada.Amar assim era literatura doutros "tempos", sim,quando se morria tísico de amor!Se me der na veneta de "sonhar "sobre a forma em como me sentiria amada,entao,terá de ser mesmo na forma sonhada,porque de maneira" sublimada",nao sou ,nunca serei amada.Cá dentro ,nao sei bem onde,assim muito escondidinho,balança um ténue fiozinho,com um pequenissimo sininho,a que poderei dar o nome de" fiozinhozinho" de pequenina esperancinha,que espectante ,mas com semblante de quem nada anseia,fico sentadinha ,quietinha,na soleira de uma porta qualquer ,com o ouvidinho á escuta!É que secalhar o amor ainda poderá...quer dizer,a modos que...passar ...na soleira da porta...tocar o sininho preso ao fiozinho...e pedir para me amar...!!!

domingo, 30 de agosto de 2009

A visao das "vestes"-por uma quarentona

Vou despindo personagens que encarnei durante muito tempo,cada uma delas com a sua importancia ,no espaço e no tempo em que tive que recorrer a elas.Quando começamos a tirar as camadas destas "peles" que nos protegem,apossa-se de nós um medo legitimo ,e questoes dificeis de responder.Parece-me que até uma determinada idade,vamos pomposamente vestindo personagens um bocado exagerados(no calor da juventude e de uma certa inocencia),e quando principiamos a amadurecer tudo isto nos parece despropositado.Pior, no meio da confusao que é crescer,ser aceite ou nao pelos outros,colarmo-nos a "modelos menos convenientes",só" porque sim",faz instalar tal anarquia,tal loucura que ,quando paramos para ver ,ouvir,sentir,a verdade das coisas percebemos que perdemos a nossa verdade!Parece-me que a necessidade faz o monge,e transvestimo-nos de váriadas "coisas",exatamente porque nos pareceu necessário.Talvez assim fosse ou nao ,o certo é que depois a procura de nós ,para além de condicionada pelo treino (veste peles),pode ser solitária e dolorosa.Mas ver a verdade e a mentira ,pode tornar-nos pessoas diferentes .Podemos começar a ouvir os outros,podemos ver com olhos mais "clinicos" o que nos rodeia,e podemos e devemos aprender a ser menos neuróticos.Agora em relaçao ao medo...se foi por medo que nos "vestimos" só poderá ser com medo que nos "descobrimos".Olhar para dentro é das tarefas mais complicadas que conheço.Perceber as nossas fragilidades,as nossas "coragens",os nossos reais sonhos...é um trabalho solitário mas também inebriante,e tao ,tao gratificante!Ser ou tentar ser qualquer pessoa que nao nós mesmos, para sermos" gostados" é o maior erro.Vou gostando cada vez mais da minha verdade ,pareço um ex dependente de psicotrópicos,contente por estar "limpo",e a lembrar de quando em vez das "luzinhas "que lhe douravam a pilula!

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

só nos sentimos verdadeiramente importantes se nos derem colinho

"Eu tenho importancia".Esta frase estava hoje" colada "na voz de um jovem rapaz,cuja expressao do rosto me fez lembrar um menino que nao teve muito colo.Talvez eu me engane,talvez seja mesmo só fruto desta minha imaginaçao alargadamente emotiva.Mas porque é que este rapaz falava tanto,e tantas coisas supostamente importantes ,para aquela senhora ,que é daquelas senhoras que estao nas paragens dos autocarros a viver intensamente cada segundo , com avidez do conhecimento da vida do resto do mundo,bebendo palavras ,ás vezes nem entendendo o significado,nem notando onde foi colocada a virgula nem o ponto de exclamaçao,mas estao de pedra e cal empenhadas em ter mais tarde ,talvez á noitinha qualquer coisa de novo em que fervilhar os neurónios,banhados num pouquito de licor.A solidao dos" importantes ",que se acham na verdade pouco importantes algures num cantinho escondidinho do cérebro,deixa-me um travo amargo ,faz-me regredir e entendo-o...!Entendo aquele rapaz- menino com falta de colinho ,que contou até algumas façanhas porque o trabalho dele apesar de bonito nao é fácil,trabalhar com cavalos tem que se lhe diga,"é arriscado"-dizia ele!A senhora cheia de" vozinhas afectuosas",de agradecimento pela oportunidade de se distrair teve um lucro enorme neste diálogo ,quase monólogo,mas o orgulho,a atençao ,o mimo,o calor que esta senhora deu a este meio menino ,meio homenzinho,foi o doce que ele precisava,para colmatar os "amargos" que provavelmente terá.Há momentos em que sou aquele menino.Há momentos em que sou também aquela senhora.Provavelmente seremos quase todos ,senao mesmo todos ,ora meninos a pedir colo,ora senhoras a pedir companhia!

sábado, 22 de agosto de 2009

é bom rodopiar por sobre a lagoa ,de mao dada

Um dos locais mágicos que conheço,e que me tem inspirado as idéias mais extraordinárias para pintar uma tela ,e para escrever uma "crónica",num dos meus cadernos secretos,é a chamada"lagoa azul",em sintra.A pretensa crónica está escrita há já algum tempo...e posso dizer que é dos pensamentos que se me soltaram com dor e prazer,com lágrimas e com sonho.Imagino que na noite da "lagoa azul"espreitam todas as criaturas etéreas,umas lindas como se de fadas se tratasse,outras menos belas como se gnomos fossem.Imagino uma bruma que ascende da lagoa , que se estende ligeiramente por entre as árvores altas, molhando suavemente as rochas da serra.Imagino-me pairando ,presa por um fio invisivel,que me deixe rodopiar sobre a água sem cair.Lembro-me que escrevi sobre a espera ,interminável ou nao,de um ser que tal como eu, fosse capaz de me fazer companhia,e rodopiar comigo numa espécie de dança mágica das pessoas que se entendem sem falar;que se amam sem se magoar ;que se respeitam porque é assim que tudo tem que existir...em respeito...com muito carinho...com palavras calmas ...sem sensuras.Quase tenho certeza de que o amor será deste modo!!!Eu,que já estive em sentimentos tao doentes,tao carentes,tao neuróticos.É dificil amar,porque este sentimento requer esforço,trabalho corajoso,empenho em ser construtivo,e maturidade de emoçoes.Desamar é o sentimento mais comum ou o acto mais comum ao verbo!Sao fáceis as disputas,sao fáceis as cóleras,os amuos,as quebras de comunicaçao,em suma é fácil pensar que amar é só mais uma luta de poder!Amar é rodopiar docemente por sobre aquela lagoa de mao dada.

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espreito pelo canto dos olhos a minha alma,ávida de encontrar "coisas"sobre mim que desconheço!

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