sábado, 28 de julho de 2012

Não sei porque me constrangem elogios, parece que em mim só existe o hábito de palavras menos caras de valor, como se as tivessem colocado  tal e qual  um "anuncio" de dentifrico...
Rejubilo e logo me coíbo de sorrir, afinal as palavras boas são também "um lugar escuso"...
Mea culpa...posso sempre ditá-las em voz alta ao vento para que ele as carregue de retorno, que me abrace com elas ... 
Ás vezes há em mim uma saudade tenebrosa, contorcida, quase arbórea, de raízes imensas e medonhas, de palavras que me adocem o ego...
Não sei porque me constrangem emoções se afinal é delas que me alimento numa sofreguidão silenciosa...
Não sei porque gosto tanto de palavras adoçadas a mel com aroma de gengibre e pensamento "frondososamente"colorido, morno e terno...
Abomino a minha timidez amando-a no entanto...é ela que me confere a melancolia do sentir... é ela que me dá coragem...é ela que me faz contudo... sorrir!

sábado, 14 de julho de 2012

  Não sou entendida em nada...
Assemelho-me a um cerzido em tecido frágil no entanto a linha forte e robusta...
A carvão desenhado, há uma forma de gente que costura a vida em pedaços agarrados a medo...
E cada pedaço é-me precioso.
  Não sou entendida em nada,
excepto em emoções que ninguém entende...e remendo-as á minha roupa,
 ao meu tecido rasgado,
 ao meu cerzido a sangue...
Gosto das minhas lágrimas quando elas se me permitem,
lavam de mim a fuligem dos pensamentos tristes e,
sento-me na penumbra da copa das árvores  costurando folhas verdes de esperança...
  Não sou entendida em nada, 
mas agarro cada gota de chuva com amor e braços inteiros...

sábado, 7 de julho de 2012


Apetece-me sempre escrever sobre tudo e sobre quase todos sem claro, ferir ninguém porque não são essas as emoções que me movem.
Não é fácil ter um jorro contínuo de letras agrupadas em palavras que me bailam no cérebro, na alma...sem lhes dar sentido.
Não sou do género que passa impávida ao que me rodeia, ao que escuto, ao que vejo, ao que interpreto e principalmente ao que sinto nos outros.
Armazeno as minhas "imagens"não sei bem como, porque o seus "espiritos livres"me assomam como que de uma porta entreaberta e me acenam sorrindo...mesmo as "imagens" tristonhas que trazem lágrimas nos olhos... ainda assim sorriem.
Sinto um prazer enorme quando "vivifico" os meus pensamentos, num libertar de nó na garganta, numa gargalhada sonora, ou num cepticismo quase mudo, numa duvida constante sobre quase tudo... e num gostar de mim egoista que poucos entendem.
No entanto, calam-se-me muitas vezes as mãos porque falar através das palavras é também um exercicio que embora terapeutico pode ser devastador...
Alimento com doçura alguns dos meus temores como se se trassem de "tesourinhos" pois libertá-los é ficar mais sózinha.
 Acredito que quem escreve seja o que for, desde que vindo de dentro de si com emoção, sofre...como quem pinta um quadro "afeiçoado" e depois o vende...fica-se mais pobre e há nisto tudo um egoísmo terno.

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espreito pelo canto dos olhos a minha alma,ávida de encontrar "coisas"sobre mim que desconheço!

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