segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

ao amor que me dedicas ,e ao amor que te tenho,obrigada!

Perguntei-me muitas vezes,e durante muitos anos,porque são inseguras as pessoas...como se fosse uma "maleita" alheia e que não se coadunasse comigo...

Quando fiz quarenta anos ,decidi fazer um balanço,falar de mim para mim...sobre todas as coisas possíveis...mostrou-se uma decisão tortuosa ,dificil,um caminho de auto-conhecimento,que nem sempre é fácil de percorrer,mas antes a minha verdade ...que fingir viver cega,nao vivendo...como tantas vezes fiz!
Eu sei que sou cheia de paradoxos ,ou antagonismos,mas sou assim e é isso que faz de mim uma mulher humilde,que se procura ,para poder fazer os outros também felizes!
Acordei para esta realidade da minha insegurança, quando o homem a quem devoto muito amor,me disse qualquer coisa como-"Não sejas tão insegura..."!
Eu nunca me tinha visto como se fosse de fora para dentro desta maneira,e nunca tinha percebido nem as causas desta caracteristica minha,nem o que poderia provocar nas outras pessoas...
Tudo tem um início,e esta minha faceta da qual não gosto particularmente teve o seu florescer durante a minha infancia!
Quando somos pequeninos,sentimos as emoçoes de uma forma forte,e aquilo de que mais necessitamos é de protecçao dos pais ,e de que eles nos assegurem que nos amam...
Os meus pais amaram-me,mas fizeram-no ambos de forma doentia...a minha mãe superprotegendo-me de uma maneira hermética e cruel,não me partilhando com outras pessoas,inclusivé com o meu pai...
Nos anos sessenta do século passado,os homens mais comuns ,com pouca instruçao,pouco treino nos afectos,cuja religiao e os bons costumes de ditadura , não permitiam nem questões nem devaneios...nada questionavam,nem a dureza da vida deixava tornar-se possivel pensar muito!O meu pai terá sido um deles,amando-me em silencio,sem que eu percebesse,porque parecia que eu era só filha de um progenitor,neste caso da minha mãe!Tenho poucas lembranças da figura paterna na infancia,mas algumas sei-o hoje eram agradáveis,mas silenciosas...não recordo a voz do meu pai naquela altura...!
Penso que terá sofrido com o nosso forçado afastamento,apesar de habitarmos ambos na mesma casa até eu ser bem adulta ,ter saído de casa e voltado,e a minha mãe tinha seguido os seus sonhos,tinha ido procurar a sua felicidade!
Mas tinham-se quebrado fazia demasiado tempo, os elos, os afectos falados,os afectos correctos ,para que eu não me tivesse sentido ABANDONADA PELO MEU PAI!
Quando se é menina o afecto paterno é de extrema importancia no nosso crescimento como mulheres saudáveis, seguras...quando assim não acontece,as meninas ,porque são pequenas e estão em fase de aprendizado guardam na memória a seguinte idéia"se o meu pai não me quis amar(porque supostamente os progenitores amam os filhos,embora isto nem sempre corresponda á verdade),nenhum homem me amará"!
Se este pensamento não for mais tarde examinado ,"tratado",sujeito a intenso trabalho de descodificaçao,então as mulheres serão inseguras... se-lo-ão até conseguirem entender que o que apreenderam na infancia não faz sentido que continue no estado adulto,muito menos depois de começarem a questionar a fazer balanços,a perceber que nem todos os homens são o pai!...parece talvez estranho mas não é ,e o mesmo acontece com os rapazes em relação ás mães!
Sendo assim ,e depois de ter descoberto a "causa",a cura está dentro de mim,e eu exercito esta cura,embora nem sempre seja fácil,e entende-se,eu sou só um ser humano em busca de ser feliz,destrinçando passados ,exorcisando medos e receios,e com coragem para te falar deles...meu amor!
Obrigada por me teres feito pensar,obrigada pelos sentimentos bonitos que nutres por mim,obrigada por me entenderes ,e por teres esperado por mim ou eu por ti desde outros séculos ,outras vidas em que certamente já nos amávamos...!!!

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espreito pelo canto dos olhos a minha alma,ávida de encontrar "coisas"sobre mim que desconheço!

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